O 5G está chegando ao Brasil. Apesar do leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ter sido adiado para 2021, três operadoras já disponibilizam o serviço em 11 cidades brasileiras, testando assim o funcionamento da tecnologia que já é alvo de uma intensa disputa mundial e deverá impactar de forma decisiva campos como a velocidade e maior taxa na transmissão de dados, além de inaugurar de forma decisiva a chamada internet das coisas (IoT), integrando milhares de dispositivos a equipamentos, móveis e eletrodomésticos.
Garantir segurança
À parte da disputa política que envolve a chegada dessa nova tecnologia, certificadoras e laboratórios já atuam na capacitação de seus parques técnicos com o objetivo de avaliar os parâmetros principais da tecnologia 5G. Isso implica verificar a compatibilidade eletromagnética do novo padrão, bem como sua segurança para o usuário e suas características na emissão de rádio frequência que possa ser absorvida pelo corpo humano. Um trabalho silencioso, mas essencial para que a nova plataforma de dados opere de forma eficaz e segura para seus usuários.
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“Este trabalho é importante e necessário para oferecer segurança ao usuário que vai utilizar o dispositivo e também para proteger o espectro. É preciso garantir que o produto de telecomunicações em análise esteja operando na faixa de frequências correta e que o dispositivo não cause ou sofra interferência no ambiente que é utilizado”, explica Fabio Jacon, vice-presidente de Telecomunicações da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), entidade que reúne empresas de certificação e inspeção no Brasil.
Jacon destaca ainda que o processo de certificação e testes de cada produto que entra no mercado “leva de um a dois meses entre a realização dos testes, a análise do organismo e a avaliação final por parte da Anatel”.
Padronização internacional
Para avaliar a tecnologia 5G no Brasil foram definidos critérios baseados em referências internacionais da 3GPP (3rd Generation Partnership Project), que padroniza, com o apoio da indústria internacional, as novas tecnologias, e dessa maneira o serviço é o mesmo em todos os países, apenas com a diferença das frequências disponíveis em cada território.
Os testes de avaliação da rede móvel de quinta geração incluem análise da tecnologia, Testes de Compatibilidade Eletromagnética (EMC), segurança elétrica do dispositivo e a avaliação de SAR (Specific Absorption Rate).
5G já está no Brasil?
Em junho de 2020, a Anatel estabeleceu os requisitos de testes aplicáveis tanto para as estações rádio base, que irão prover a tecnologia 5G nas redes das operadoras de telecomunicações, quanto para os terminais móveis, que permitirão aos usuários acesso à tecnologia. Inicialmente, as operadoras móveis presentes no Brasil compartilharão as frequências que já estão alocadas para a operação da atual tecnologia celular, através de uma técnica chamada DSS (Dynamic Spectrum Sharing).
Seguindo as regras determinadas pela Anatel, ao lançar um novo produto no Brasil, o fabricante local seleciona um Organismo de Certificação Designado (OCD) e fornece as informações técnicas sobre o produto, que é analisado para que sejam determinados os padrões e ensaios aplicáveis.
Na sequência, escolhe-se o laboratório que fará os testes, que executa os ensaios e emite seu relatório. Este é analisado pela Certificadora que, em caso de resultados positivos, cadastra o produto na Anatel, que analisa a documentação e emite o certificado de homologação para que o produto ou serviço seja comercializado.
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