Há algumas semanas circulam informações sobre negociações a respeito da venda do TikTok para companhias norte-americanas, mas a transação pode ter mais obstáculos que os já previstos. Isso porque o governo chinês estabeleceu novas regras para a comercialização de diversos tipos de tecnologia, incluindo de processamento de dados e de reconhecimento de voz e texto, algo que afeta diretamente o aplicativo.
De acordo com o ministro do Comércio e com o ministro da Ciência e Tecnologia do país asiático, tais especificações visam "formalizar o gerenciamento de exportação tecnológica" e "proteger a segurança nacional." Em tese, a China pode, a partir de agora, impedir a aquisição do fenômeno da internet por empresas como a Microsoft, uma vez que qualquer movimento deve ser aprovado pelas autoridades, afirmam especialistas em entrevista à CNN.
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Tanto o aplicativo quanto a sua proprietária, a ByteDance, não foram, em momento algum, citados diretamente. Ainda assim, Erich Andersen, conselheiro geral da companhia, revelou seu posicionamento enquanto estuda as novas diretrizes: "Como qualquer transação internacional, seguiremos as leis aplicáveis, o que, neste caso, inclui as dos Estados Unidos e da China."
Novos obstáculos chegaram para a venda do TikTok.Fonte: Reprodução
Mais que gatos e danças
Não é a primeira vez que o TikTok vê interferência governamental em sua atuação. Antes, Donald Trump, presidente dos EUA, já havia deixado claro que o baniria do território, a menos que parte das operações fosse vendida a empresas de lá.
Também em entrevista à CNN, Elena Chachko, professora de Direito da Harvard Law School, diz que esta parece ser uma dinâmica de "olho por olho", complementando que a China está deixando claro que o destino do aplicativo não está inteiramente nas mãos do país comandado por Trump.
Nathaniel Rushforth, especialista em segurança e conformidade de dados, explica o porquê de tanto conflito: "Enquanto estamos falando de um app cheio de vídeos de danças e gatos, existe uma tecnologia implícita que qualquer nação gostaria de proteger, a exemplo dos algoritmos de inteligência artificial que tornam sua timeline tão viciante."
"Pequim quer manter seu status ascendente na tecnologia global”, complementa Shirley Yu, pesquisadora da London School of Economics.
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