A implementação do PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, irá reduzir os pagamentos em dinheiro vivo pela metade do que representam atualmente, o que já é pouco. Os dados, divulgados pela consultoria especializada em varejo financeiro Boanerges & Cia., apontam que, neste ano, cerca de 29% dos pagamentos estão sendo feitos em dinheiro vivo, o que diminuirá para 14% a 15% em apenas dez anos.
Caso 2030 venha acompanhado de um cenário conservador, os pagamentos instantâneos movimentarão R$ 831 bilhões de reais — cerca de 15% dos R$ 5,6 trilhões que vão circular no consumo privado no ano. No entanto, o estudo destaca que o PIX poderá alcançar 24% do total.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Efeitos da pandemia
Os pagamentos em dinheiro têm se tornado menos populares a cada ano e, em 2019, eles foram superados pelo uso dos cartões de crédito e débito — 70 anos após sua criação.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Mastercard, em colaboração com a empresa britânica Kantar, essa transição se intensificou durante a pandemia. De acordo com o levantamento, cerca de 75% dos entrevistados passaram a utilizar pagamentos digitais com mais frequência. Alguns especialistas já afirmaram que se trata de um caminho sem volta.
PIX terá rápida adesão
Apesar do empurrão da pandemia, os cartões levaram muito tempo para serem realmente aceitos. O especialista em Serviços Financeiros de Varejo, Boanerges Ramos Freire, indica que isso não acontecerá com o PIX, porque esse sistema oferece grandes benefícios tanto para instituições bancárias, quanto para usuários — como a redução de custos e a agilidade.
"Agora, com os pagamentos instantâneos, teremos uma nova ultrapassagem, com inversão de posição, em apenas uma década”, disse o especialista.
Segundo os dados da consultoria, isso terá impactos significativos nas instituições participantes do PIX, a partir de sua implementação em outubro. Dentre as mais afetadas, estão bandeiras dos cartões de crédito e débito, seguidas pelas adquirentes e pelos emissores destes cartões, os bancos.
Fontes