Na terça-feira, 7 de julho, cerca de 35 balões de alta altitude que oferecem sinal de internet 4G começaram a sobrevoar o Quênia, no continente africano. Após dois anos de testes, a população pode se conectar por meio da tecnologia oferecida pela Loon, companhia da Alphabet que utiliza balões para levar internet a locais com pouca cobertura, em parceria com a provedora de internet Telkom Kenya.
Os balões voam na estratosfera, acima da rota dos aviões comerciais, e cobrem uma área de aproximadamente 50 mil km2. Eles devem atender 35 mil consumidores, que podem enviar e receber e-mails, navegar na internet, acessar redes sociais e muito mais. De acordo com a Loon, o sistema lançado é uma "dança de balão cuidadosamente coreografada e orquestrada", já que cada unidade pode se reposicionar para melhor atender à demanda de acordo com algoritmos de aprendizagem de máquina. Testes de campo registraram uma velocidade de upload de 4,74 Mpbs e 18,9 Mbps de download.
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Funcionária da Telkom distribui SIM card para população (Fonte: Loon/Divulgação)Fonte: Loon LLC
Funcionamento
Os balões são feitos de folhas de polietileno e equivalem ao tamanho de uma quadra de tênis. No ar, são alimentados por painéis solares e controlados por software no solo, enquanto funcionam como torres de celular flutuantes, transmitindo sinal de internet para usuários. Estima-se que podem durar cerca de 100 dias na estratosfera e depois voltam à Terra para reparos.
O lançamento estava previsto para 2019, mas as empresas apenas conseguiram a aprovação final do governo no início de 2020 e desde então aceleraram o desenvolvimento da tecnologia para fornecer comunicação à população em meio à pandemia. Os balões da Loon já foram utilizados em situações pontuais como a passagem do furacão Maria em Porto Rico e o terremoto no Peru. Os próximos países a serem atendidos devem ser Moçambique e a parte de floresta do Peru.
Cada balão dura 100 dias e ocupa o espaço de uma quadra de tênis (Fonte: Loon/Divulgação)Fonte: Loon LLC
Apesar de debates sobre o melhor uso da tecnologia neste momento, já que outros países africanos apresentam menor cobertura que o Quênia, os representantes das empresas acreditam que local é ideal para a nova era de comunicações estratosféricas. De acordo com o chefe executivo da Loon, Alastair Westgarth, em uma entrevista cedida ao New York Times ele afirmou que “o país tem sido incrivelmente inovador ao encontrar novas maneiras de conectar populações não conectadas. Como uma tecnologia inovadora, este é um ótimo ajuste”, esclareceu.
Fontes