Um grupo de consumidores da Europa está, mais uma vez, ameaçando processar a Apple pela prática de obsolescência programada. Em ocasiões anteriores, a companhia liberou atualizações para o iOS, que reduzem o desempenho de aparelhos iPhone, a fim de evitar problemas com baterias antigas. Essa prática já rendeu à empresa ao menos dois processos na Europa e um nos Estados Unidos.
O novo processo pode partir de um grupo denominado Euroconsumers — formado pelas organizações Test Achats (da Bélgica), OCU (da Espanha), Deco-Proteste (de Portugal), AltroConsumo (da Itália) e pela PROTESTE (do Brasil), que havia enviado uma carta à Apple no dia 11 de junho solicitando uma compensação para os consumidores.
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Sem resposta, outra carta foi enviada no dia 2 de julho, na qual foi estabelecido um prazo de reposta de 15 dias para a Apple. Caso a empresa insista em não se pronunciar, uma ação judicial será iniciada.
Fonte: 9To5Mac/ReproduçãoFonte: 9To5Google
Problemas com baterias vs. obsolescência programada
Em 2016, a Apple liberou um update para o iOS que reduzia o processamento do iPhone. A medida visava poupar bugs relacionados a baterias em mau estado, já que vários consumidores haviam reportado problemas desse tipo — os quais até levaram a empresa a lançar um programa de substituição das baterias estragadas, oferecendo desconto aos clientes.
O caso gerou revolta em alguns donos de iPhones, que não aceitaram a ideia de usar seus aparelhos com desempenho inferior ao apresentado no momento da compra. Por isso, a Apple foi processada na Itália, sendo obrigada a pagar 10 milhões de euros. No início deste ano, a Apple pagou 25 milhões de euros em outro processo, dessa vez iniciado pela Autoridade de Mercado e Consumo da França.
A empresa também tem vários processos em andamento nos EUA, onde recentemente já teve de pagar 500 milhões de dólares em uma ação coletiva semelhante às enfrentadas na Europa.
No Brasil, pela primeira vez, os consumidores terão a chance de reaver sua parcela em um processo devido à redução do desempenho do iPhone. Por aqui, a empresa já tinha sido notificada duas vezes pelo Procon (SP), mas nada aconteceu. O Euroconsumers pede uma indenização de 60 euros para cada consumidor que se sentiu prejudicado.
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