A construção de um grande muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México foi uma das principais promessas de campanha do presidente norte-americano Donald Trump. Ela pode não ter sido concretizada da maneira que seus eleitores esperavam, mas Trump deu um novo passo para tirar do papel a intenção de monitoramento constante do local: ele contratou uma startup para instalar dispositivos de monitoramento.
Detalhes como custos de implementação ou nome da empresa envolvida não foram divulgados oficialmente, mas o The Washington Post revela que a Anduril Industrial, em um acordo de milhões de dólares, entregará, até 2022, ao menos 200 torres de vigilância com câmeras e sensores termais para detectar qualquer pessoa que entre ilegalmente no país, enviando, automaticamente, a localização do indivíduo para os celulares de agentes.
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Promessa de campanha, muro será construído de maneira diferente.Fonte: Evan Vucci / AP
Rodney Scott, chefe da Patrulha de Fronteira dos EUA, afirma: “Estas torres dão a agentes de campo uma vantagem significativa contra redes criminosas que facilitam atividades ilegais transfronteiriças. Quanto mais souberem o que vão encontrar, mais segurança e eficácia terão suas respostas.”
Como funciona o sistema?
Apesar de não utilizarem técnicas de reconhecimento facial, as torres detectam movimentos via radar e analisam as imagens por meio de inteligência artificial para se certificarem de que se trata da identificação de seres humanos. Segundo a Anduril, há uma taxa de acerto de 97%. Em uma descrição oficial, o sistema é movido 100% a energia renovável e proporciona vigilância 24 horas por dia, 365 dias por ano.
A companhia, fundada em 2017 por Palmer Luckey, criador do dispositivo Oculus, passou a valer US$ 1,9 bilhão nessa semana. Além disso, existe uma grande confiança por parte da Anduril de estabelecer uma conexão de longo prazo com autoridades. Afinal, mesmo com os desentendimentos comuns entre partidos políticos, há consenso quando se fala de monitoramento do local em questão.
Trump dá início a uma nova forma de vigiar fronteiras.Fonte: Reprodução
“Não importa para onde vamos como uma nação, precisamos ter clareza quanto à situação na fronteira”, declara Matthew Steckman, chefe de receita da startup. “Não importa se estamos falando com um democrata ou um republicano: todos concordam quanto à necessidade desse tipo de sistema.”
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