A Tesla tinha conhecimento das falhas em suas baterias desde 2012, quando lançou seu primeiro sedan elétrico, o Model S. Na ocasião, a montadora identificou um mal funcionamento no sistema de refrigeração da bateria do carro, segundo documentos internos. Apesar disso, o modelo foi comercializado sem alterações.
Segundo informações divulgadas pelo Business Insider, diversos componentes do veículo foram fabricados com um alumínio suscetível a rachaduras. Quando este material rachava e o líquido de refrigeração entrava em contato com a bateria, sua vida útil era reduzida. Em casos mais graves, o veículo poderia explodir.
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"Todas as partes do veículo [projetadas pela Tesla] eram inovadoras, por isso era quase garantido que haveria sérios problemas de produção", disse Jeffrey Liker, engenheiro industrial da Universidade de Michigan, ao Business Insider.
Os documentos internos revelam preocupações por parte dos funcionários sobre a venda do modelo com peças danificadas. Segundo os depoimentos recolhidos, o problema poderia ter sido evitado. Em 2012, a Tesla contratou uma equipe técnica para verificar o sistema de refrigeração das baterias do Model S, mas ignorou o relatório que denunciava falhas graves.
Model S explode em 2019
Em 2019, as ações da empresa despencaram 3,58% após um Model S pegar fogo sozinho em Xangai, na China. O incidente foi registrado pelas câmeras de segurança do estacionamento subterrâneo onde o carro estava localizado e o vídeo se tornou viral. Após a polêmica, o número de vendas da empresa caiu e investidores foram aconselhados a venderem suas ações.
"Quando você está lançando um novo componente, sempre haverá desafios durante o primeiro lançamento e, especialmente, quando você é a Tesla e está pedindo aos seus fornecedores que iniciem as vendas com limitadas atividades de pesquisa e desenvolvimento", disse um ex-funcionário da Tesla.
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