A tensão comercial entre a China e os Estados Unidos pode subir de nível com as novas restrições da China sobre a Apple, Qualcomm e outras companhias norte-americanas. Segundo o Business Insider, se a cadeia produtiva de celulares continuar com a segmentação, lançamentos internacionais podem ser fortemente impactados ou mesmo paralisados.
Depois de ter seu fornecimento de componentes pela TSMC encerrado nesta segunda-feira (18), a Huawei terá que realocar sua fabricação para a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), fabricante chinesa de semicondutores — que já recebeu mais de US$ 2,3 bilhões em investimentos chineses para o desenvolvimento da própria produção.
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Na semana passada, o veículo estatal chinês Global Times revelou que o governo local estava pronto para retaliar o governo norte-americano com a adição de companhias do país à lista de “entidades não confiáveis” — sujeitando-as a “investigações sem fim”. Apesar de não concretizar suas ameaças, o governo dos EUA manteve suas decisões e fez com que a TSMC cessasse negociações com a Huawei.
A SMIC, portanto, seria uma alternativa viável para a Huawei. Atualmente, a fabricante de semicondutores já é responsável pela produção do Kirin 710A, processador de entrada da chinesa, mas ainda não foi capaz de alcançar a litografia de 5 nm para a produção de chips mais avançados, aponta o The Verge.
Essa deficiência poderia impactar significativamente na qualidade dos celulares Huawei e diminuir ainda mais seu alcance internacional. Não só isso, mas a segmentação pode impulsionar outros países a escolherem um lado na guerra comercial, resultando na queda de negócios de todas as fabricantes do mundo.
Sendo assim, o padrão de consumo no mercado mobile pode se tornar cada vez mais dependente do alinhamento da fabricação daquele país. Gerando numa perda nos ganhos de lançamentos internacionais e na menor disponibilidade de modelos globais.
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