Em uma live organizada por Mobile Time e Teletime nesta quinta-feira (23), executivos das principais operadoras de telefonia do país demonstraram suas preocupações sobre o leilão do 5G diante do atual cenário de alta do dólar e de falta de incentivos por parte do governo.
As companhias defendem que a licitação do 5G é o primeiro passo para impulsionar a transformação digital. O vice-presidente de regulamentação, atacado e assuntos institucionais da Oi, Carlos Eduardo Medeiros, apontou que os investimentos em equipamentos para suporte da conexão serão em dólar, por isso é preciso pensar na "racionalidade econômica".
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Se comparado ao real, o dólar tem um câmbio bem mais forte. Além disso, vale destacar que o dólar nunca esteve tão alto. Nesta quinta-feira (23), a moeda registrou sua máxima histórica: US$ 1 por R$ 5,49 na cotação cambial.
Medeiros ainda indicou a necessidade de discutir algumas questões técnicas antes da realização do leilão, como a interferência do 5G e a expansão das redes de fibra ótica. Já o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville, criticou o modelo de leilão que é apresentado pela Anatel: "Observando o formato atual, ele traz incentivo para tudo, menos para o 5G".
Segundo o executivo, o leilão segue o mesmo modelo há 20 anos e prioriza apenas a área de telecomunicações; no entanto, o impacto dessas decisões vai além. "Tem toda uma cadeia, como setores de educação, saúde, indústrias (que podem ser beneficiados)", disse Capdeville.
O bate-papo ainda teve outras questões que preocupam os executivos. O CMO da Claro, Márcio Carvalho, afirmou que o distanciamento social mostra a relevância das conexões na economia brasileira. Ele defendeu a revisão de alguns tributos e destacou a importância do papel do governo para a liberação do 5G no país, de modo a permitir que as operadoras implantem a rede com "rápida universalização e cobertura".
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