O cofundador e ex-CEO da Microsoft, Bill Gates, é o mais novo centro de teorias da conspiração sem embasamento científico a respeito do novo coronavírus. Segundo um relatório da empresa de análise Zignal Labs, o executivo virou alvo nas redes sociais de grupos como os antivacina e de extrema-direita, sendo listado até mesmo como um possível responsável pela pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o jornal The New York Times, mais de 16 mil postagens no Facebook comentadas e linkadas mais de 900 mil vezes foram identificadas neste ano estabelecendo uma ligação entre Gates e a covid-19. Além disso, os dez vídeos mais populares no YouTube relacionando o executivo com a doença já acumulam mais de cinco milhões de visualizações.
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Uma das evidências utilizadas na teoria é um discurso feito por Gates em 2015 sobre a possibilidade de a humanidade encarar uma pandemia global no futuro de forma despreparada. Segundo os conspiracionistas, isso prova que ele tinha conhecimento a respeito do assunto e poderia utilizá-lo para "controlar o sistema global de saúde". Em outras postagens, ele é diretamente responsabilizado por criar o vírus para lucrar a partir do desenvolvimento posterior de uma vacina.
Papel de luta
Na verdade, Gates faz o caminho oposto das conspirações. Junto com a esposa, Melinda, ele mantém a entidade sem fins lucrativos Bill & Melinda Gates Foundation desde 2000. A instituição realiza investimentos e financia pesquisas ao redor do mundo para buscar fontes de energia alternativa e ajudar populações com problemas de saúde pública, incluindo projetos para combater a falta de saneamento básico e também campanhas de vacinas para doenças como a poliomielite.
A fundação investiu também em um teste caseiro rápido para a detecção do novo coronavírus e, recentemente, Gates criticou o governo dos Estados Unidos por suspender o apoio financeiro à Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele atualmente tem dedicado a maior parte do tempo à fundação, já que até deixou em março deste ano o cargo de membro do conselho da Microsoft.
O executivo não comentou o assunto ao jornal. O YouTube chegou a remover conteúdos igualmente conspiratórios que ligavam o coronavírus ao 5G, mas até o momento não tomou medidas similares em relação aos vídeos envolvendo Gates. O Facebook também possui medidas anti desinformação na plataforma, removendo algumas publicações e avisando usuários a respeito de notícias falsas.
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