A batalha comercial entre Estados Unidos e China está longe de acabar. Nesta terça-feira (31/03), a Huawei se pronunciou a respeito das tentativas de bloqueio dos produtos da marca anunciados pela administração de Donald Trump, sugerindo severas retaliações.
Eric Xu, CEO da empresa, reconheceu o impacto que o banimento de dispositivos como chips e semicondutores pode causar à saúde financeira da companhia. Entretanto, ao que tudo indica, os chineses não ficarão de braços cruzados diante da situação.
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“Se a caixa de pandora for aberta, provavelmente testemunharemos danos catastróficos à cadeia global de suprimentos – e não seremos a única empresa destruída. Não acho que o governo chinês vai apenas assistir ao massacre da Huawei. Acredito que contramedidas serão aplicadas”, declarou o executivo.
“O que os faz pensarem que a China não pode banir o uso de chips 5G, estações, smartphones e outros dispositivos inteligentes americanos baseada nas mesmas razões de segurança?”
(Fonte: GettyImages)Fonte: GettyImages
Medidas extremas
Nos Estados Unidos, se as medidas forem mantidas, as empresas estrangeiras que empregam tecnologias e componentes de chips originários dos EUA precisam solicitar uma licença do governo Trump antes de fornecê-los à Huawei – uma clara campanha para limitar a crescente presença global da companhia.
Além disso, está sendo sugerido que todas as instalações de empresas de comunicação locais substituam componentes chineses, sob pena de não serem concedidos benefícios fiscais a quem não se adequar à nova realidade.
Tais ações podem estabelecer um novo patamar de soberania norte-americana no controle de exportação de tecnologia, o que desagrada, e muito, inclusive países aliados. Mesmo registrando crescimento na receita anual de 19% em 2019, as expectativas da Huawei já não são tão otimistas.
Neste ano, as vendas de smartphones podem cair entre 20% e 26% em relação a 2019, já que os produtos da marca não contam mais com aplicativos da Google.
Fontes