Infelizmente, a saga do coronavírus ainda está longe de acabar. O primeiro caso no Brasil já foi confirmado, São Francisco (nos Estados Unidos) declarou estado de emergência devido à epidemia, as ações da cerveja Corona despencaram 8% nesta semana em Nova York e a China, local de origem do surto, continua se dedicando à contenção da doença. Uma das últimas medidas anunciadas é a restrição permanente do comércio de animais silvestres.
A ação foi divulgada na segunda-feira (24) pelo governo chinês e inclui compra, venda ou consumo de tais espécies. Ao contrário do que sugerem certas teorias da conspiração, acredita-se que a doença se iniciou em um mercado de Wuhan. Zhang Tiewei, um porta-voz do governo, afirmou à Reuters que "tem havido uma preocupação crescente entre as pessoas quanto ao consumo de animais selvagens e os perigos desconhecidos que o hábito pode trazer à saúde pública", o que levou à decisão em um momento crítico, visando à prevenção e ao controle.
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Coronavírus ameaça economia chinesa — e global
O anúncio vem de encontro a uma série de decisões relacionadas às tentativas de contenção do surto, como o fechamento temporário de mercados locais até que o quadro epidêmico cesse; entretanto, tais medidas se tornaram definitivas. Por conta disso, as consequências econômicas podem ser catastróficas: avaliada em US$ 7,1 bilhões e empregando mais de 1 milhão de pessoas, de acordo com a revista Nature, a indústria de carne selvagem chinesa se encontra em um impasse.
"Uma proibição total do comércio de animais selvagens criminalizaria uma proporção substancial da população chinesa e seria insustentável", afirmou Zhao-Min Zhou, pesquisador chinês, com a preocupação da expansão de um mercado paralelo sem qualquer controle de qualidade.
Desde o pronunciamento, autoridades fecharam mais de 20 mil fazendas de criação das mais variadas espécies, segundo o The Guardian. Dada a participação do gigante asiático na economia global, os efeitos de tais perdas serão, certamente, sentidos no restante do mundo.
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