O julgamento de extradição do ativista australiano Julian Assange está agendado para começar na próxima semana em Londres. Contudo, uma alegação apresentada pela defesa do fundador do WikiLeaks coloca os Estados Unidos em uma situação complicada.
Segundo o site Daily Beast, o presidente Donald Trump enviou o ex-congressista republicano Dana Rohrabacher para conversar com o ativista. No encontro, foi apresentado uma proposta de perdão do governo americano se Assange acobertasse os vazamentos sobre a interferência da Rússia nas eleições presidenciais em 2016.
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De acordo com o advogado Edward Fitzgerald, o encontro teria ocorrido em 2017, enquanto o ativista vivia na Embaixada do Equador em Londres. Além disso, ele revelou ter uma testemunha do conteúdo da conversa.
Diversos veículos da imprensa britânica confirmaram que a juíza Vanessa Baraitser concordou em anexar as informações ao caso. Assim, elas devem ser apresentadas durante o julgamento que ocorre na próxima semana.
Julian Assange enfrenta 18 acusações, incluindo o crime de conspiração por invasão de computadores. Se extraditado, ele pode ser condenado a mais de 170 anos de prisão, pena máxima do judiciário americano.
No entanto, o possível perdão dado por Donald Trump não livraria totalmente o ativista da prisão. Ele ainda teria que ser extraditado para os EUA, enfrentar os tribunais e ser condenado para, então, ter sua anistia.
Governo americano nega as informações
Após a repercussão, Stephanie Grisham, secretária de imprensa da Casa Branca, conversou com jornalistas. Segundo ela, o presidente Donald Trump “mal conhece” Dana Rohrabacher e eles nunca conversaram sobre esse ou qualquer outro assunto. Então, classificou a alegação como “uma mentira totalmente fabricada”.
Entretanto, a informação do Daily Beast coincide com um artigo publicado pelo The Wall Street Journal em 2017. Nele, é descrita a ligação entre Rohrabacher e John Kelly, então chefe de gabinete da Casa Branca, e destaca os esforços do ex-congressista na intermediação de um acordo de perdão de Assange em troca de dados do WikiLeaks.
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