A Huawei obteve autorização do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, nesta terça-feira (28), para fornecer parte da infraestrutura necessária para a instalação da rede 5G no Reino Unido. A decisão contraria as recomendações do partido de Johnson e principalmente dos Estados Unidos, que acusam a fabricante asiática de roubo de segredos industriais.
No entanto, o sinal verde vem acompanhado de algumas restrições para a atuação da gigante chinesa no território britânico. Ela não poderá, por exemplo, fornecer equipamentos para instalações nucleares e bases militares, ficando proibida também de atuar em outras áreas relacionadas à segurança nacional.
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Com estas limitações, a empresa terá a sua participação na disponibilização do 5G na Grã-Bretanha reduzida a 35%, trabalhando principalmente na construção da rede de acesso periférica, que conecta os equipamentos que fornecem a tecnologia aos celulares e outros dispositivos compatíveis.
O vice-presidente da Huawei Victor Zhang comemorou a decisão, apesar das restrições, e disse que a companhia está pronta para iniciar a implantação da nova rede móvel de alta velocidade: “Essa decisão baseada em evidências resultará em uma infra-estrutura de telecomunicações mais avançada, mais segura e com a melhor relação custo-benefício, adequada para o futuro”, afirmou em comunicado.
Acordo com os EUA em risco
No início de janeiro, autoridades americanas visitaram Londres com a intenção de convencer Boris Johnson a proibir a Huawei no Reino Unido. Além disso, o presidente Donald Trump já havia dito que parcerias com a marca chinesa podem colocar em risco os acordos de compartilhamento de inteligência entre os EUA e seus aliados.
Por enquanto, Trump ainda não reagiu à notícia, mas o senador Tom Cotton já solicitou ao governo colocar tal medida em prática, em postagem no Twitter, na qual comparou a Huawei à KGB — serviço secreto da antiga União Soviética.
Vale lembrar que a marca asiática é uma das principais fornecedoras das empresas de telecomunicações do Reino Unido, onde já atua há mais de 15 anos.
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