O Senador republicano Tom Cotton apresentou na última quarta-feira (08) um projeto de lei que proíbe os Estados Unidos de compartilharem dados de inteligência com países que usam tecnologias da Huawei, como a 5G. A proposta surgiu poucos dias antes de o Reino Unido decidir se irá atualizar sua rede com as soluções da gigante chinesa.
“Os Estados Unidos não deveriam compartilhar informações valiosas de inteligência com países que permitem que um braço de coleta de informações do Partido Comunista Chinês opere livremente dentro de suas fronteiras. Peço aos nossos aliados em todo o mundo que considerem as consequências de lidar com a Huawei para seus interesses nacionais”, disse Cotton em comunicado.
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E agora, Brasil?
O projeto de lei seria mais um movimento político dos EUA para convencer nações aliadas a abandonarem a tecnologia 5G da Huawei. Esse tipo de pressão inclusive já teve alguns efeitos. Isso porque o Japão e Austrália já anunciaram que não irão usar equipamentos e infraestrutura da empresa chinesa para implantação de suas redes. A Alemanha, porém, ainda não fez sua decisão sobre o assunto.
Por aqui, Marcos Pontes confirmou que o Brasil não será influenciado por esse tipo de ação, em especial durante o leilão do 5G no país. Nesse caso, o ministro de ciência e tecnologia ressaltou que serão usados apenas “critérios técnicos” para a seleção de empresas.
Briga comercial
Em 2019, o presidente Trump liderou uma campanha global contra a Huawei, após acusações de espionagem — algo sempre negado pela empresa. Com isso, foi iniciada a guerra comercial, que a impediu de usar o ecossistema da Google no Huawei Mate 30 e levou ao início da plataforma própria Harmony OS.
Contudo, nesta semana, o governo dos EUA começou a emitir licenças para que fornecedores chineses voltem a trabalhar com algumas empresas norte-americanas — decisão criticada políticos das alas democrata e republicana do país e que pode gerar discussões e projetos de lei, como o de Cotton.