Enquanto a fase financeira da Oi está longe de ser das melhores, agora as relações políticas também estão abaladas. O presidente do grupo, Eurico Teles, anunciou na terça-feira (10) que vai deixar o cargo por conta própria a partir de 30 de janeiro do ano que vem.
O motivo não foi esclarecido, mas Teles afirma que a ideia já é antiga e estava protocolada na Justiça desde julho deste ano. Entretanto, o timing é no mínimo curioso: no mesmo dia, a Polícia Federal iniciou uma operação que investiga o repasse de pagamentos irregulares provenientes da Oi e da Vivo a empresas que pertencem ao empresário Jonas Suassuna e a Fábio Luis, filho do ex-presidente Lula.
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Segundo o jornal Folha de São Paulo, Teles criticou a situação da própria companhia em coletiva. "Qual foi o benefício que teve essa companhia por alguém? Eu desconheço. Estou aqui há 38 anos e vou te dizer o seguinte: essa companhia é só pepino. É só pepino. Mas é isso mesmo. Gente, ela foi para a recuperação judicial!, afirmou o executivo, citando o processo iniciado em 2016.
E agora?
Teles estava no setor de telefonia desde 1981, quando trabalhava em uma das empresas que, em 2001, criou as operações de telefonia móvel que se tornou a Oi. Ele estava no cargo de chefia desde 2017 e acumulava ainda a direção jurídica da companhia. O conselho de administração da operadora vai escolher o próximo presidente, que assume o cargo a partir de fevereiro. Rodrigo Abreu, vice-presidente de operações, é um dos favoritos à sucessão.
Vale lembrar que o grupo Telefónica, dona da rival Vivo, está em negociações para adquirir o setor de telefonia móvel da concorrente.
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