A tecnologia afeta diretamente a maneira como as pessoas se relacionam entre si e com o ambiente onde vivem. Seja para confirmar um e-mail através do celular, no uso de inteligência artificial (IA) em sistemas de segurança, ou na automatização de processos, de maneira geral, é muito difícil uma pessoa não ter algum contato, direto ou indireto, com a tecnologia no seu dia-a-dia.
Mas sempre há espaço para crescer, e a década de 2020 deve ser um bom exemplo disso. Daryl Plummer, da empresa de pesquisa e consultoria Gartner, fez uma lista com 10 previsões sobre como a tecnologia irá mudar o que significa ser humano durante os próximos 10 anos.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
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10 - De BYOD para BYOE
BYOD é a abreviação de “bring your own device” (traga seu próprio aparelho). A prática de permitir que funcionários utilizem seus computadores e celulares pessoais para o trabalho deve ser substituída nos próximos anos por BYOE, ou seja, “bring your own enhancement” (traga seu próprio aprimoramento).
Até 2023, Plummer acredita que o uso de dispositivos que deixem os funcionários mais produtivos, deve se tornar uma realidade em diversas empresas. Da mesma forma, quem possuir algum gadget que ofereça alguma vantagem fora do ambiente profissional, deve ser incentivado a utilizá-la no trabalho também.
9 - Mais acessibilidade através de IA
Reduzir as dificuldades de acesso deve ser uma das aplicações para a inteligência artificial no futuro. Plummer explica que “até 2023, o número de pessoas com deficiência que estarão empregadas triplicará, devido à IA e outras tecnologias emergentes que reduzem as barreiras ao acesso”.
O maior acesso pode vir tanto de mudanças culturais, nas maneiras como as empresas abordam o tema, quanto na parte técnica, através de mudanças em sistemas legados, tornando-os mais acessíveis.
De acordo com Plummer, "organizações que empregam pessoas com deficiência apresentam taxas de retenção 89% mais altas, um aumento de 72% na produtividade dos funcionários e uma lucratividade 29% maior". Isso só reforça a necessidade e a importância da inclusão, o que deve ser visto nos próximos anos.
8 - Compras online identificadas como vício
Mas nem tudo é positivo, afinal, com novas tecnologias vem novos problemas também. “Até 2024, a Organização Mundial da Saúde irá identificar oficialmente as compras online, como um distúrbio viciante”, afirma Plummer.
Na prática, já estamos vivendo em uma sociedade onde milhões de pessoas compram compulsivamente através da internet. As facilidades oferecidas pelas lojas online, somada a práticas de marketing que antecipam os desejos dos consumidores, devem tornar este problema cada vez mais comum no futuro.
7 - IA reconhecendo emoções para direcionar anúncios
E para reforçar o vício em compras, Plummer acredita que “até 2024, a identificação de emoções pela IA, influenciará mais da metade de todos os anúncios online”. A expectativa é que as empresas consigam detectar as emoções dos clientes, através de diferentes indicadores, e reverter isso em anúncios direcionados.
6 - Internet do Comportamento associando pessoas às suas ações
“Até 2023, as atividades individuais serão rastreadas digitalmente por uma ‘Internet do Comportamento’ (IoB, na sigla em inglês) para influenciar a elegibilidade de benefícios e serviços para 40% das pessoas em todo o mundo”, afirma Plummer. Na prática boa parte do que você fizer poderá ser usado a seu favor ou contra você, para ajudar ou dificultar o acesso a serviços e empregos.
Um seguro de carro, por exemplo, pode ficar mais caro ou barato, dependendo de como a IoB classificar um motorista, a partir do seu comportamento enquanto ele dirige. Porém, existe um possível conflito ético neste “sistema de recompensas”, associado ao acesso de serviços sociais. Como este conflito será resolvido pode ser um dos grandes problemas associados à tecnologia na próxima década.
5 - Trabalhadores orquestram aplicativos de negócios
“Até 2023, 40% dos trabalhadores utilizarão seus aplicativos de negócios, experiências e recursos da mesma maneira que gerenciam seus serviços de streaming de música”, explica Plummer.
A ideia é que o uso de aplicativos para trabalho seja facilitado através de um desenvolvimento mais orgânico. Na prática, a ideia visa deixar os ambientes de trabalho mais digitais, permitindo que sejam criadas “listas de reprodução” específicas, para diferentes atividades.
4 - Aumento no uso de criptomoedas
Embora pareça que o uso de criptomoedas ainda está longe de se tornar uma realidade, para Plummer, “até 2025, metade dos usuários de smartphones sem uma conta bancária usará uma conta de criptomoeda”. Por um lado, essa previsão deve atingir, principalmente, os usuários mais jovens. Por outro, ela deve movimentar ainda mais o comércio online, conforme as empresas comecem a aceitar esta forma de pagamento.
3 - Blockchain combatendo fake news
Embora algumas redes sociais já busquem evitar que fake news se espalhem, ainda é muito difícil combater esta prática. Porém, até 2023, Plummer acredita que “30% do conteúdo de notícias e vídeos do mundo será autenticado por blockchain”. Esta tecnologia já é usada para verificar fotografias e vídeos, e a tendência é que isso só aumente nos próximos anos.
2 - G7 regulamentando a IA
A IA pode ameaçar o futuro da humanidade, mas não como as previsões dos filmes do Exterminador do Futuro mostram. Trata-se (ou irá se tratar) de uma questão de segurança nacional e social, graças às vulnerabilidades que podem ser encontradas em IAs.
Para lidar com esta situação, “uma associação auto-reguladora para supervisão de designers de IA e aprendizado de máquina será estabelecida em pelo menos quatro dos países do G7”, explica Plummer. O desafio da próxima década para a IA, será pautado em como as empresas irão conseguir padronizar o desenvolvimento desta tecnologia, para que seu uso seja feito de modo ético e seguro.
1 - A inovação digital dobra em tempo e custo
Plummer acredita que até 2021, “o tempo para uma inovação digital ser desenvolvida levará o dobro do tempo previsto”. Ele também acredita que o custo exigido por ela será o dobro, tanto pela maior dificuldade que as empresas irão enfrentar no processo, quanto pelos custos da simplificação da interdependência operacional.
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