A guerra comercial entre EUA e a União Europeia começa a tomar corpo e põe ao lado de Trump tanto a Apple como Facebook, Google e Amazon, entre outras empresas. O motivo: o imposto francês de 3% aplicado sobre a receita de serviços digitais fornecidos pela chamada Big Tech com mais de € 25 milhões (US$ 27,7 milhões) de receita na França e €750 milhões (US$ 832 milhões) anuais no mundo.
Em retaliação, o governo americano ameaça taxar em até 100% produtos franceses como queijos, roupas, champanhe e cosméticos – um total de US$ 2,4 bilhões em importações. A ameaça de Trump repercutiu em outros países que também planejam impostos sobre economia digital, como Turquia e Itália – neste último, a proposta, já incluída na Lei Orçamentária para 2020 e à espera de aprovação do Parlamento, prevê impostos de 3% sobre o faturamento de grandes multinacionais de tecnologia.
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A Grã-Bretanha, por sua vez, estuda um imposto de 2% sobre a receita que as plataformas de mídia social, mecanismos de busca e mercados online apuram. A Espanha criou uma taxa de 3%; Áustria e Bélgica consideram fazer o mesmo copiando o modelo da França, taxando publicidade, dados eletrônicos e também serviços de intermediários, como Uber e Airbnb.
Comissão Europeia estuda sua própria taxação
Enquanto isso, está sendo discutida pela Comissão Europeia a tributação de empresas de mídia digital de acordo com os lugares nos quais elas geram receita, em vez de onde elas têm sede regional. França e Alemanha lideram os esforços para sua aprovação; Suécia, Finlândia, Dinamarca, Irlanda e Luxemburgo são contra.
Empresas digitais normalmente fixam sede em países com baixa tributação, transferindo dinheiro para fora das fronteiras e evitando os impostos onde fazem vendas significativas. De acordo com dados de 2018 divulgados da Comissão Europeia, empresas globais de tecnologia pagam em média impostos de 9,5%, em comparação aos 23,2% devidos pelas empresas tradicionais.