O CEO e fundador da Huawei, Ren Zhengfei, concedeu uma entrevista para a CNN nesta terça-feira (26). Em um raro momento de conversa com um veículo do outro lado do mundo, o executivo falou sobre as metas da fabricante e a atual relação com os Estados Unidos.
Questionado sobre a possibilidade de a empresa ser a líder no mercado de smartphones sem a ajuda da Google como fornecedora de serviços, ele foi direto. "Eu não acho que isso seria um problema. Isso só vai levar tempo", afirma. Em seguida, ele justificou que a demora seria apenas por causa dos mercados ocidentais — afinal, a fabricante já é um sucesso absoluto na China.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Zhengfei comentou que, até o momento, a Google não teve a permissão do governo dos EUA para negociar com os chineses negada ou aprovada. Além disso, ele afirmou que a Huawei está trabalhando em um plano alternativo "de larga escala".
O cenário hoje
Em relação à briga comercial com o país, o CEO foi direto: ele acredita que os EUA ainda serão a nação mais poderosa do mundo em inovação pelas próximas décadas e acredita que esse é um momento "crítico" da relação entre os dois países. E o executivo deixa claro que, caso as sanções não caiam, a Huawei vai recorrer a alternativas que, em caso de se mostrarem boas o suficiente, podem ser um caminho sem volta para as marcas norte-americanas. A entrevista completa pode ser conferida por aqui (em inglês).
A Huawei é a líder mundial no mercado de infraestrutura e telecomunicações, além de ser a segunda colocada no setor de smartphones, perdendo apenas para a Samsung.
Neste ano, além do sucesso Huawei P30 Pro, ela lançou no segundo semestre o Huawei Mate 30, já sem o ecossistema de aplicativos e serviços integrados da Google. Em paralelo, ela trabalha em uma plataforma própria, o Harmony OS, que pode rodar em diversos dispositivos da marca.