A Huawei tomou medidas inéditas contra especialistas da indústria que acusam a empresa de espionagem e ligações políticas ilegais. A chinesa abriu três processos na França por difamação contra críticos que fizeram acusações públicas contra a companhia.
Segundo a Bloomberg, os alvos são uma pesquisadora que faz comentários em rádio e TV, um jornalista de uma grande rede de transmissão e um especialista do setor de telecomunicações. Os processos foram abertos na própria França em março, mas só agora tornaram-se públicos.
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Essa é a primeira vez que a Huawei faz uma ação do tipo — apesar de as acusações não serem novas. Por enquanto, não se sabe se os processos de fato se tornarão investigações em andamento. A empresa é atualmente uma das concorrentes do leilão de frequências e infraestrutura do 5G no país.
Ligações perigosas
Uma das pessoas processadas é a cientista Valerie Niquet, da Foundation for Strategic Research. Em fevereiro, ela alegou durante uma entrevista que "ninguém deveria dar a uma companhia soviética os meios para monitorar toda a comunicação no mundo ocidental, e isso é o que eles estão fazendo com a Huawei", afirmou na época.
A fabricante confirmou as ações judiciais e afirmou que elas apenas "dizem respeito a declarações de que a Huawei é uma companhia controlada pelo governo chinês e o Partido Comunista da China, que ela é comandada por um ex-membro da 'contra-inteligência' e usa a experiência com redes de telecomunicações para atos de espionagem contra o Ocidente" — e que todas essas acusações são falsas.
Vale lembrar que esse argumento é também utilizado pelos Estados Unidos, atualmente em guerra comercial contra a companhia.
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