A política de reparos de aparelhos da Apple virou alvo de investigação no Congresso dos EUA no mês de julho. Conforme o comitê antitruste do país, a companhia exibe traços de práticas de monopólio e contrárias aos direitos dos consumidores, ao cobrar preços altos e impedir que profissionais externos atuem nessas situações. Assim, Kyle Andeer, vice-presidente de direito corporativo da gigante, foi convocado na última terça-feira (19) para dar explicações quanto ao assunto.
Na seção, Andeer foi questionado se a Apple criava obstáculos para os clientes buscarem alternativas não licenciadas — portanto, mais baratas — de reparo dos aparelhos da Maçã. Então, ele declarou que a companhia de Cupertino busca oferecer um serviço e programas próprios para proteger esses usuários de acidentes, devido a uma possível recuperação inadequada dos dispositivos. Desde de 2009, “os custos de nossa prestação de serviço excederam a receita gerada pelos consertos”, completou.
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O executivo ainda argumentou que o iPhone, por exemplo, teria uma complexidade técnica maior, e que para alguém repará-lo corretamente seria preciso um treinamento da própria Apple. Do contrário, isso “deixaria para trás peças soltas que podem danificar um componente, como a bateria, causando superaquecimento ou resultando em ferimentos”, apontou.
Especialistas concordam?
As respostas do executivo da Apple foram vistas como contraditórias por alguns especialistas em eletrônicos. Ao site Motherboard, Nathan Proctor, chefe de uma fundação de pesquisa e direito de reparos de dispositivos, disse que “o argumento da Apple é absurdo”. A companhia “quer que seus clientes e o governo federal aceitem a noção de que, embora exista um monopólio de reparo, é um monopólio benéfico, feito para o nosso bem”, ressaltou.
Já Gay Gordon-Byrne, diretor da organização Repair.org, fez a seguinte declaração: “eles (Apple) poderiam projetar baterias para serem facilmente removidas por um aluno da 5ª série”.
Enquanto isso, os candidatos à presidência dos EUA Bernie Sanders e Elizabeth Warren encaminharam ao Congresso um projeto de lei que proíbe a política criada pela Apple. A legislação também está sendo considerada em 20 estados norte-americanos.
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