Quando a rede de satélites de Elon Musk estiver completa, talvez não sobre espaço para que astrônomos na Terra consigam ver o espaço – isso, sem contar as constelações de dispositivos concorrentes, como OneWeb, Telsat e Amazon (e não esqueçamos dos 330 milhões de objetos de tamanho superior a 1 mm rodando sobre nossas cabeças).
Astrônomos do Observatório Interamericano Cerro Tololo, no Chile, registraram os primeiros problemas dessa superpopulação quando um colar de 19 Starlinks levou cinco minutos para cruzar as lentes da Câmera de Energia Escura (DECam, acrônimo em inglês).
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Wow!! I am in shock!! The huge amount of Starlink satellites crossed our skies tonight at @cerrotololo. Our DECam exposure was heavily affected by 19 of them! The train of Starlink satellites lasted for over 5 minutes!! Rather depressing… This is not cool! pic.twitter.com/gK0ekbpLJe
— Clarae Martínez-Vázquez (@89Marvaz) November 18, 2019
"Uau! Estou chocada! Uma enorme quantidade de satélites Starlink cruzou nossos céus hoje à noite em @cerrotololo. Nossa exposição DECam foi fortemente afetada por 19 deles! O trem de satélites Starlink durou mais de 5 minutos! Um pouco deprimente… Isso não é legal!", disse no Twitter a astrônoma Clarae Martínez-Vázquez.
Respondendo ao tweet, o astrônomo Cliff Johnson, colega da pesquisadora no observatório, postou uma imagem das trilhas de satélite espalhadas pela imagem capturada:
Elon Musk garante que tinta preta resolve o problema
Se os 42 mil satélites StarLink forem visíveis a olho nu (como alguns previram), eles vão superar o brilho das estrelas mais brilhantes. À época em que uma trilha deles cortou os céus da Holanda, Elon Musk disse que os satélites seriam menos perceptíveis quando ocupassem estivessem em altitude mais alta e que, no futuro, sua base seria pintada de preto.
Para Cliff Johnson, "esse pode ser o começo de problemas para os astrônomos; a reação e o alarme da comunidade não são injustificados. As megaconstelações de satélite, se realmente se concretizarem, podem impactar significativamente nossos dados observacionais".
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