A Nova Zelândia pode ser mais um país a ignorar os pedidos dos Estados Unidos para que a Huawei não seja considerada uma possível concorrente na implementação do 5G. O país ainda não fechou contrato com uma fornecedora, mas também não descartou o envolvimento da chinesa nas negociações.
A operadora neozelandesa Spark, por exemplo, colocou a Huawei e a Samsung entre as três possíveis contratadas para cuidar da conectividade móvel de nova geração no país. Entretanto, a vencedora foi a finlandesa Nokia, que vai cuidar dos primeiros testes em ao menos seis localidades no país.
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Em julho, o governo local já admitia que poderia reconsiderar o banimento da Huawei no país. Afinal, a chinesa é a líder em infraestrutura de telecomunicações e oferece soluções mais baratas que as atuais concorrentes. Como alternativa de mercado, além da Nokia como companhia principal, a Spark vai utilizar alguns equipamentos da Samsung e ter o apoio de Ericsson e Cisco.
Giro pelo mundo
A decisão da Nova Zelândia pode parecer isolada e pouco relevante à primeira vista, mas indica a resistência de países a acatarem a política agressiva dos EUA contra a Huawei, em uma guerra comercial iniciada no primeiro semestre de 2019 — e que sempre retoma um clima tenso quando parece se encaminhar para um desfecho.
A chinesa conseguiu contratos importantes na Rússia e vai participar do leilão na Alemanha, além de ser dominante em sua terra natal. A Índia foi pressionada para não selecionar a Huawei como empresa do 5G, mas ainda não se decidiu.
Por fim, o Brasil segue em um impasse: o país terá que escolher entre manter as relações ideológicas com os EUA ou ampliar os laços comerciais com os chineses. Por enquanto, nenhuma decisão foi tomada e o leilão do espectro brasileiro para o 5G só deve acontecer no fim de 2020.