Os pequenos querem ter voz no leilão das frequências do 5G, programado para o início de 2020, e a mais alta é a da Brisanet, operadora regional de internet do Ceará. Segundo seu presidente e fundador, José Roberto Nogueira, mesmo com os mecanismos que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) inseriu no edital, é possível que agentes estranhos ao mercado entrem no leilão apenas para fins de especulação.
Na quarta (13), em um evento promovido pela Anatel, Nogueira alertou que o benefício de preço que a agência quer dar aos chamados prestadores de pequeno porte (PPPs) pode ser usado por fundos de investimentos, via provedores inexpressivos, para comprar frequências a preços baixos e, depois, vendê-las no mercado secundário do espectro.
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Nogueira sugere que, por um prazo de cinco anos, sejam vedadas as transferências das frequências adquiridas. A Anatel ainda imporia obrigações e compromissos que apenas provedores com infraestrutura local seriam capazes de cumprir.
Uma das propostas de modificação do edital tem o apoio da Brisanet: deixar para PPPs um pedaço na faixa de 3,5 GHz. “Defendemos que uma faixa de 50 MHz seja reservada para o mercado regional, com muitas obrigações de cobertura. Garanto que a gente não vai desperdiçar essas frequências. No 5G, a nossa proposta é que haja um atendimento de 70% das pequenas cidades em cinco anos”, explicou o empresário.
A força dos pequenos
O domínio das grandes operadoras no edital do 5G não passou despercebido. "As empresas muito pequenas talvez tenham dificuldades, mas certamente há disposição e condições de entrar no 5G".
O grupo do qual a Brisanet faz parte tem crescido em áreas ainda não alcançadas pelas companhias tradicionais. A empresa de Nogueira tem uma base de 242 mil clientes, e o Grupo Alcon (sete provedores em seis estados) vem logo atrás, com 238 mil usuários, seguido pela Vero, dona de oito provedores em Minas Gerais, com 117 mil assinantes; a fluminense Sumicity, com 106 mil; e a catarinense Unifique, com 75 mil.
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