Nesta segunda (30) a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) fez publicar no Diário Oficial da União sua decisão de permitir a aquisição da Nextel pela América Movil (a controladora da Claro). O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já havia autorizado a compra por entender que a empresa resultante das fusão não abala significativamente o mercado de telefonia móvel nacional.
A compra, no valor de R$ 3,47 bilhões, foi anunciada em março deste ano, mas precisava da autorização da Anatel, principalmente em relação à Resolução 703/18. Cada operadora não pode concentrar mais de 35% do espectro em faixas de frequência abaixo de 1 GHz. Por isso, a Claro terá que devolver a faixa de 850 MHz, já que o limite é excedido nos estados do Pará, Amazonas, São Paulo (na cidade de Judiaí, é ultrapassado em 40%), Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília.
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Segundo lugar, à espera do leilão 5G
A América Movil tem um ano e meio (18 meses) para concluir a compra da subsidiária da americana NII Holdings (como só existia no Brasil, o nome Nextel deve sumir do mercado). A aquisição representa mais uma vitória do mexicano Carlos Slim (dono da Nextel, Claro, NET e Embratel ) ao consolidar a empresa como a maior do setor na América Latina.
A Claro passou a ocupar um folgado segundo lugar no mercado de operadoras, com 26% de participação, com a Vivo líderando o segmento, com 31,9%, e a TIM em terceiro lugar, com 24,4% (a Nextel detinha apenas 1,4% do mercado).
A aquisição adiciona à infraestrutura da nova empresa a rede da Nextel, aumentando e melhorando a cobertura oferecida. A base de usuários adquirida pode ser pequena se comparada às outras operadoras, mas ela traz para a América Movil 3,3 milhões de clientes com linhas pós-pagas, a maioria de São Paulo e Rio de Janeiro, os maiores mercados de telefonia do país. Isso equivale a uma receita anual de R$ 2,4 bilhões.