Funcionários da Amazon estão servindo de cobaia para uma nova forma de pagamento a ser usada pelos usuários em compras na rede de supermercados Whole Foods: através de um leitor biométrico para a palma das mãos.
Os scanners seriam instalados em máquinas de venda automática de refrigerantes, salgadinhos e acessórios para dispositivos eletrônicos (como carregadores e fones de ouvido), entre outros. O sistema, codinome Orville, permitiria que clientes digitalizem suas mãos na loja e as vinculem ao seu cartão de crédito ou débito.
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Para ser identificado, o usuário só precisaria aproximar a mão do sensor. A imagem é digitalizada e, então, a cobrança seria feita no sistema do cartão de crédito registrado. Os planos da empresa seriam introduzir a tecnologia em algumas filiais da Whole Foods até o início de 2020 e, então, expandi-la para toda a rede.
Privacidade em risco
Segundo a pesquisadora de ética em tecnologia Stephanie Hare, os clientes não deveriam ceder seus dados biométricos, principalmente porque o novo sistema, se implantado, será vinculado ao Amazon Prime. Isso significa que a empresa terá acesso a um fluxo de novas informações de milhares de consumidores por todo os EUA.
Se uma empresa é hackeada, pode levar meia década para que os consumidores consigam reverter as consequências
Isso deveria acender um alerta, já que a empresa fornece um software de reconhecimento facial para forças de segurança (que as usam com pouca supervisão da justiça, como o Departamento de Imigração), além de ter pressionado contra leis que proíbem a coleta, por empregadores, de dados biométricos de funcionários.
“Ninguém deveria abrir mão de seus dados de biometria. As pessoas parecem não entender o risco. Se uma empresa é hackeada, pode levar meia década para que os consumidores consigam reverter as consequências do roubo dessas informações”, diz ela.
Segundo um porta-voz da Amazon, "não comentamos rumores ou especulações".
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