A Microsoft pagará US$ 26 milhões (cerca de R$ 100 milhões) por violação à Lei Americana Anticorrupção no Exterior. De acordo com o The Washington Post, alguns funcionários da empresa na Hungria teriam aumentado o lucro nas vendas de software para financiar um esquema de pagamento ilegal. Quatro colaboradores foram demitidos até o momento, e a companhia encerrou contratos com quatro revendedores no país.
O esquema ocorreu entre 2013 e 2015, mas o caso veio a público em 2018, quando o jornal The Wall Street publicou uma reportagem sobre funcionários húngaros da Microsoft que repassavam softwares para revendedores locais com desconto. Esses parceiros, por sua vez, negociavam os produtos com o governo local por um preço muito superior. O esquema passou a ser investigado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) e pela Comissão de Títulos e Câmbio (SEC, na sigla em inglês).
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A SEC informou que, em apenas um dos casos, o esquema gerou US$ 13,78 milhões (cerca de R$ 52 milhões) em negócios para a Microsoft.
Centro de Tecnologia da Microsoft em Colônia, Alemanha. (Fonte: Pixabay)
A Microsoft não admitiu nem negou as irregularidades, mas o presidente e diretor jurídico da empresa, Brad Smith, encaminhou um email aos funcionários na última segunda-feira (22) afirmando que as alegações "envolviam má conduta de funcionários, o que era completamente inaceitável", e os envolvidos e os parceiros com quem trabalhavam "se comportavam de maneira totalmente antiética".
A SEC também citou exemplos de controles contábeis deficientes na Arábia Saudita, Tailândia e Turquia que levaram a atrasos na detecção de abuso de funcionários. Os reguladores federais já investigaram as táticas da Microsoft na China, Itália e Romênia por violações das leis de corrupção estrangeiras. A empresa se recusou a informar se outras investigações estão em andamento.
"Não é apropriado falarmos em nome do governo sobre o status ou a existência de qualquer dúvida", disse o porta-voz da Microsoft, Dominic Carr.
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