Enquanto a Huawei enfrenta reveses no mercado e põe seu plano B (agora chamado Harmony OS) em movimento para o lançamento do Mate 30 Pro, sua rival Samsung vê o Japão estragando a festa de lançamento do Galaxy Note 10, previsto para chegar ao mercado no dia 7 de agosto. Rumores dão conta de que a produção da nova linha pode ser interrompida por falta de componentes.
O fim da convivência civilizada entre Japão e Coreia do Sul aconteceu em outubro passado, quando a Suprema Corte da Coreia do Sul decidiu que a Nippon Steel deveria compensar os sul-coreanos por trabalhos forçados durante a Segunda Guerra Mundial. A resposta tardou, mas não falhou: desde o dia 4, o Japão impôs duras sanções econômicas à Coreia do Sul.
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A Samsung depende das importações japonesas dos materiais que emprega nos displays do aparelho e em seus processadores móveis (90% vêm do Japão). Existe, segundo rumores, uma possibilidade muito real de a empresa ficar sem insumos cruciais para a produção de celulares — entre eles o tão aguardado Galaxy Note 10.
Domínio no mercado global
O Japão é responsável por 90% do mercado global de fluoropolimida (usada em painéis de TV e OLED móveis) e fotorresistente de polimida (empregado no fabrico de semicondutores), além de deter 70% do mercado de fluoreto de hidrogênio. As companhias de tecnologia coreanas, não apenas Samsung e LG, temem por suas linhas de produção, assim como quem depende delas, como fabricantes e fornecedores de peças. A lista inclui Apple, Google, Sony, OPPO e outras.
Uma das empresas que já sentiram a situação foi a Huawei, que tem a Samsung como fornecedora. Por conta das sanções, a chinesa teve que diminuir a própria produção. Os entraves comerciais impostos pelo Japão vêm em uma hora ruim, quando a Samsung amarga sucessivas quedas em seu faturamento. Seu lucro total do período encerrado em junho ficou em US$ 5,6 bilhões, 4,2% menor do que o registrado no mesmo período de 2018.
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