Um mês após o lançamento da Libra, a criptomoeda do Facebook, a empresa vem sendo alvo de dúvidas e desconfianças. Nesta quarta-feira (10), durante a sabatina semestral do Congresso dos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, afirmou que o projeto levanta "sérias preocupações". Para ele, há dúvidas em relação a questões como "lavagem de dinheiro, proteção ao consumidor e estabilidade financeira".
Há alguns dias, cinco dos principais democratas do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara redigiram uma carta ao Facebook pedindo que "pare imediatamente os planos de implementação" da Libra, até que as questões dos legisladores sejam respondidas.
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(Fonte: Pexels)
David Marcus, o chefe da divisão do Facebook responsável por supervisionar os produtos de serviços financeiros da empresa, comparecerá a audiências na Câmara e no Senado dos EUA na próxima semana para responder a alguns dos questionamentos dos legisladores. Em nota, ele apontou que "legisladores e instituições reguladoras estão apresentando questões importantes" e que "queremos e precisamos que governos, bancos centrais, reguladores, organizações sem fins lucrativos e outras partes interessadas estejam à mesa, e valorizamos todo o feedback que recebemos".
Mais críticas
Além do Federal Reserve (Fed), instituições financeiras de outros países, como Grã-Bretanha, França, Singapura e até mesmo China, onde o Facebook não mantém operações, manifestaram preocupações e apontaram que o projeto ameaça a estabilidade financeira global.
No domingo (07), Benoît Cœuré, executivo do Banco Central europeu, descreveu a Libra como um "alerta" para os reguladores, dizendo que não poderia operar em um "vazio" fora da estrutura típica dos bancos centrais. Os especialistas ressaltam que o projeto não tem nenhum precedente óbvio.
Os planos da companhia envolvem uma associação sediada na Suíça e que gerenciaria a plataforma baseada em blockchain da Libra, bem como os fundos usados para respaldar o valor de seus tokens. As empresas, incluindo o Facebook, poderiam criar carteiras e outros aplicativos, permitindo que a Libra operasse uma rede financeira global fora da estrutura usual dos bancos centrais.
Nova proposta
Durante o anúncio do projeto, executivos do Facebook afirmaram que esperam que a criptomoeda se torne a nova moeda global e a base para um sistema financeiro alternativo. O objetivo seria que a Libra possibilitasse pagamentos digitais, com empresas como Uber e Spotify assumindo-a como forma de pagamento.
O projeto já conta com 27 parceiros, como Mastercard e Uber, e planeja ter mais de 100 até 2020, quando deverá lançar oficialmente a criptomoeda. Cada parceiro empresarial deverá investir pelo menos US$ 10 milhões na iniciativa. Ao contrário do Bitcoin, a Libra terá um valor estável, apoiado por uma cesta de moedas internacionais, como dólar, euro e iene.
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