O Senado da França aprovou na quinta-feira (11) um novo imposto sobre serviços digitais que atingirá as gigantes de tecnologia. Empresas tech com mais de 750 milhões de euros em receitas globais, dentre os quais pelo menos 25 milhões de euros sejam provenientes de receitas francesas, são o alvo da taxação. Elas deverão pagar 3% de imposto sobre a receita anual total gerada pela prestação de serviços em território francês. A medida afetará gigantes estadunidenses como Google, Facebook e Amazon.
Mesmo antes da aprovação do projeto, os Estados Unidos anunciaram a abertura de uma investigação sobre a legislação, que pode resultar em tarifas de retaliação. Em comunicado divulgado na quarta (10), o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) afirmou que o imposto e as declarações de autoridades francesas "sugerem que a França está mirando o imposto injustamente em determinadas empresas de tecnologia norte-americanas".
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Empresas também criticam
A taxação francesa está sendo amplamente criticada por grupos empresariais americanos, incluindo o Conselho da Indústria de Tecnologia da Informação, que conta com gigantes como Google e Facebook entre seus membros. A Fundação de Tecnologia da Informação e Inovação (ITIF) criticou a proposta, considerando-a "um esforço mal disfarçado para visar empresas que são consideradas muito poderosas, muito lucrativas e muito americanas".
O governo francês argumenta que grandes empresas de tecnologia sediadas fora do país pagam pouco ou nenhum imposto. A Comissão Europeia estima que as tradicionais pagam aproximadamente 23% de taxa sobre seus lucros dentro da UE, enquanto as digitais normalmente arcam com 8% ou 9%. A taxação francesa será aplicada retroativamente a partir do início de 2019 e deve arrecadar cerca de 400 milhões de euros neste ano.