A semana já começou com mais um capítulo da guerra comercial dos Estados Unidos, quando a Google barrou a Huawei de vários de seus serviços, incluindo o suporte ao Android, segundo fontes dos bastidores. Agora, as próprias empresas vêm à público para falar sobre o assunto, o que nos dá informações suficientes para projetar quais serão as consequências imediatas dessa suspensão.
Por enquanto, somente alguns serviços estão barrados
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Bem, em primeiro lugar, a própria Google confirmou os boatos e também disse que está “revendo as implicações” de exportar licenças de tecnologia à Huawei. “Garantimos que, enquanto cumprimos os requisitos do governo dos Estados Unidos, serviços como o Google Play e a segurança do Google Play Protect continuarão funcionando no seu dispositivo Huawei já existente.”
Ou seja, a medida por enquanto deve afetar as funcionalidades mais complexas, como o uso da nuvem da Gigante das Buscas. Isso tudo acontece sob as acusações de espionagem que o governo de Trump mantém diante das companhias chinesas e ainda não se sabe as extensões de todos os apps, produtos e serviços afetados.
Fonte: Huawei
Além disso, ao que parece, esse banimento deve afetar mesmo por completo somente as novas unidades de aparelhos da Huawei. Com relação aos atuais e antigos, com a escassez gradual de updates, o fim do sistema operacional nesses modelos fica iminente em um futuro breve — o provável prazo é de um ano.
Huawei já tem um “Plano B” para isso há alguns anos
A própria Huawei veio a público dizendo que vai continuar oferecendo suporte para todos os dispositivos de suas marcas. "A Huawei continuará a oferecer atualizações de segurança e serviços de pós-venda para todos os tablets e smartphones existentes das marcas Huawei e Honor, dando cobertura a todos aqueles já vendidos ou ainda à venda em todo o mundo.”
E aí pode entrar um “Plano B” que está na manga da chinesa há mais de três anos. Em 2016, a companhia havia contratado ex-funcionários da Nokia para trabalhar em seu próprio sistema operacional, que seria justamente uma alternativa para o caso de a Google dificultar as coisas. O EMUI possui muitas conexões com os serviços dos ianques, mas pode já ter evoluído para versões que possuam integração com plataformas chinesas, a exemplo de um software de email ou calendário próprios.
Fonte: Huawei
Neste ano, em março, com o aumento da tensão entre China de Estados Unidos, o tema voltou à pauta. Na ocasião, o CEO Richard Yu disse estar ciente dos desafios e, embora gostasse de “trabalhar com ecossistemas”, como os da Google e da Microsoft, já há softwares alternativos para uso nas interfaces de seus produtos. Contudo, não há confirmação da substituição do Android.
Algumas questões que ficam no ar
Agora é preciso aguardar para saber como o assunto vai se desenrolar. E ficam no ar algumas perguntas. Google não estaria dando “um tiro no pé”, já que o objetivo dela é justamente manter sua presença no maior número de dispositivos possível? Qual e como é exatamente esse “Plano B” da Huawei?
Como fica a subsidiária Honor nessa história toda? E seria o momento de todas as chinesas se unirem com seu próprio sistema operacional e todas largarem também o suporte da Google? Como fica a chegada do 5G em todo o mundo, já que Huawei é a maior fornecedora global de equipamentos de rede para a nova geração de internet móvel?
Bem, pode ter certeza que não vai demorar muito para termos várias das respostas, fique conosco para saber isso tudo nos próximos capítulos.