A Uber deu início ao seu processo de abertura de capital no mês passado e deve chegar ao mercado de ações em 9 de maio. As expectativas são de que a companhia vai protagonizar o maior IPO (oferta pública inicial) do ano, mas nem todo mundo está contente com isso. Enquanto os investidores esperam ávidos pelas ações da companhia de ride-hailing, os motoristas do aplicativo estão organizando protestos em diversos países.
De acordo com informações do Telegraph, sindicatos de motoristas do aplicativo nos Estados Unidos e também na Europa estão planejando protestos para um dia da abertura de capital da companhia. O Sindicato dos Trabalhadores Independentes da Grã-Bretanha (IWGB) está organizando um movimento para os motoristas deixarem de usar o aplicativo do Uber por 9 horas durante a quarta-feira (8), em Londres, Nottingham, Glasgow e Birmingham.
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Nos Estados Unidos, os protestos também vão acontecer no dia 8, mas prometem ser mais brandos. Segundo o The Verge, a New York Taxi Workers Alliance planeja uma parada de 2 horas em Nova York, Filadélfia, Boston e Los Angeles.
Avaliação bilionária
O objetivo das paralisações é mostrar o descontentamento dos motoristas em relação aos poucos funcionários de alto escalão que vão enriquecer milhões com a abertura de capital da companhia. A expectativa é de que a Uber seja avaliada entre US$ 90 e US$ 120 bilhões após a oferta pública inicial da companhia em Wall Street.
O que deixa a situação ainda mais complicada para o mercado de carros compartilhados é o fato de a Lyft, uma das principais concorrentes da Uber nos Estados Unidos, também ter chegado à bolsa de valores recentemente. A companhia fez seu IPO em março, também foi alvo de protestos na época e agora voltou a ser atingida pelas reclamações dos motoristas.
Recentemente, a Lyft também entrou no mercado de ações
Falando ao The Verge, um porta-voz da Uber defendeu a empresa listando benefícios que são oferecidos a um grupo seleto de motoristas do serviço, como ganhos maiores e cursos profissionalizantes e de graduação. Já a Lyft comentou que aumentou os valores pagos para os motoristas nos últimos 2 anos.
As empresas de ride-hailing não revelaram se vão tomar alguma atitude para tentar desfazer os protestos de quarta-feira. As organizações de motoristas aconselham aos usuários dos aplicativos que busquem meios de transporte alternativos na data para colaborar com o movimento. Até agora, ainda não existem notícias de grandes movimentos contra o IPO da Uber no Brasil.