A empresa de consultoria e pesquisa GfK divulgou resultados interessantes sobre o mercado da tecnologia durante a IFA Global Press Conference 2019, na Andaluzia, evento que antecede uma das maiores feiras de tecnologia do mundo. Segundo a companhia, o momento é ótimo para o setor — e algumas particularidades foram identificadas.
A principal delas é que o consumidor atual está em busca de produtos diferenciados, de caráter “Premium”, que tenham novidades realmente impressionantes e que façam a pessoa sentir que tem algo especial.
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De acordo com a GfK, consumidores estão cada vez escolhendo produtos mais inovadores para si, e a tendência é realmente de os eletrônicos ficarem mais caros. Isso foi comprovado com dados: a média de preço global de produtos comprados na Europa recentemente cresceu 24% e a China começou com preços médios bem menores que Europa, mas a partir de 2015 atingiu valores gastos similares aos do Velho Continente.
Ostentação
Assim, o consumidor estaria em um caminho mais rico em experiência: até aspiradores de pó subiram bastante de preço, porque os modelos Premium estão conquistando o mercado. “Estamos na lógica do consumidor que pensa ‘Ele quer, ele consegue’. E produtos melhores criam valor de mercado para o consumidor, fabricantes e lojas”, diz Friedemann Stöckle, representante da GfK.
O aumento de produtos Premium não significa luxo ou gastos exagerados. Lojas como a Goldgenie, que vende eletrônicos banhados a ouro, não devem ser "popularizadas".
Mas como fazer isso? O segredo, segundo ele, é aproximar soluções básicas e Premium, e subir para o próximo nível. Isso é possível mesmo que o consumidor não tenha grandes condições financeiras: nestes casos, foi detectado que a pessoa de fato se esforça para gastar neles. É verdade que nem todas as regiões do mundo estão no mesmo nível e essa adoção pode levar mais tempo em certas regiões, mas a GfK garante que isso acontece.
Tudo mudando rápido
Outro aspecto relacionado com o aumento de dispositivos Premium é o ciclo de inovação. Segundo a GfK, esse é o fenômeno cíclico de um produto apresentado, lançado e superado pela geração seguinte, normalmente superior.
O ciclo não é tão natural: ele depende de um trabalho conjunto de várias camadas: empresas, lojas, jornalistas e aceitação do público, sem contar a qualidade de vida atual do país.
Em 2018, 33% de eletrônicos de consumo nas lojas tinham no máximo 12 meses de vida — porcentagem que é mais alta em telecomunicações e TI, mas ainda bastante baixo em produtos para casa. Isso é facilmente explicado: os ciclos de geladeiras, fornos e máquinas de lavar são longos e as inovações demoram a chegar ao gosto do consumidor.
A IFA 2019 acontece no começo de setembro em Berlim e terá presença do TecMundo na cobertura — possivelmente, com vários produtos Premium em exibição.
Fontes