A série de História da Tecnologia vai falar de uma marca que você vê direto nas lojas, nas festas, na rua, mas provavelmente não sabe a origem. É um dos temas mais pedidos aqui no canal: a JBL, a marca de caixas de som, fones de ouvido e mais.
Se você quer saber como ela começou e como chegou até aqui, então primeiro se inscreva no canal do TecMundo para mais vídeos como esse. Pronto? Então vamo lá para a história da JBL!
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
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Uma pessoa, uma sigla
Antes da gente começar, uma pergunta: você sabe o que significa a sigla JBL? As letras são a sigla para James Bullough Lansing, o fundador da empresa, um engenheiro norte-americano, filho de um minerador de carvão e o nono de 14 filhos. Ele trocava bastante de cidade na infância e acumulou trabalhos como mecânico de carros e cuidar da parte técnica de uma rádio.
James Lansing.
O nome dele na verdade é James Martini, mas ele adotou o Lansing por conta própria e pegou emprestado o Bullough de uma família que abrigou ele por um tempo. E você acha que isso tudo foi recente? James naceu em 1902!
Com 22 anos, James perde a mãe e resolve se mudar de Illinois pra Salt Lake City, onde a vida dele mudou radicalmente.
Ken Decker
Lá, ele conhece a futura esposa, Glenna Peterson, e também o sócio Ken Decker. Ele se muda de novo, agora pra Los Angeles.
A primeira tentativa
Em 1927, a dupla abre a Lansing Manufacturing Company, uma fábrica de alto-falantes, megafones e outros componentes. James cuidava da tecnologia, Ken era o responsável pelo marketing. Parentes dele logo começaram a trabalhar por lá também, e o processo era bem caseiro nesses primeiros anos.
E a época era boa pra quem queria trabalhar com áudio. O rádio era o meio da moda e o cinema tava começando a experimentar com sons: em 1922, estreou o primeiro filme com sons da história, o Cantor de Jazz. O estilo MGM procurou especialistas pra melhorar o áudio dentro das salas de cinema e ajudar na fabricação.
O Shearer Horn.
Lansing era o maior especialista possível e o resultado foi um conjunto de alto-falantes de múltiplas cornetas e alta fidelidade conhecido com o nome de Shearer horn, sendo Douglas Shearer o executivo que fez a encomenda. Ele virou padrão por alguns anos e em 1937 levou um prêmio da academia de artes e ciências cinematográficas, a mesma do Oscar, por exclência técnica.
Ainda no fim da década, ele cria o Iconic, outro produto de sucesso no meio do cinema, e que funcionava basicamente como o projeto de Shearer em versão miniatura. Só que uma notícia ruim fecha os anos 30: Ken Decker, o sócio, morre em um acidente de avião. Sem o colega, a empresa entra em crise administrativa e precisa de salvação.
Sem desistir jamais
Em 1941, a Lansing é então vendida para a Altec, uma empresa de áudio criada por ex-funcionários de uma gigante norte-americana, a Western Electric. A empresa vira então a Altec Lansing. Nessa fase e com todo o apoio da Altec, outros produtos consagrados são lançados, como o speaker 604 e o Voice of the Theatre A-4, outro sistema de som personalizado para salas de cinema.
Como era época de guerra, ela também teve que fabricar alguns equipamentos de rádio e áudio para uso militar.
Depois de cinco anos, o contrato de apoio com a Altec acaba e Lansing volta pra carreira solo. Em primeiro de outubro de 1946, nasce a Lansing Sound. O nome depois viraria James B Lansing Sound e, 1955, se tornava oficialmente J B L. O alto-falante D101 foi o primeiro produto da nova fase e o driver de alta frequência D175 ficou décadas no catálogo.
Infelizmente, James não veria a empresa se tornar a gigante global do áudio. Em 1949, ele comete suicídio em sua casa e deixa a companhia pro vice-presidente, William Thomas. Ele é o responsável pelos negócios pelos próximos anos e faz isso tão bem quanto o fundador.
Aumentando o volume
Na década de 50, a JBL faz uma parceria com a lendária marca de instrumentos musicais Fender, e o alto-falante de 15 polegadas D130F é colocado em amplificadores de guitarra da empresa, virando o equipamento favorito de músicos como Dick Dale e Jerry Garcia, do Grateful Dead. O festival de Woodstock teve speakers da empresa e o produtor George Martin, dos Beatles, gostava tanto do sistema que levou ele pro Reino Unido.
Ela só largou o mercado de speakers pra instrumentos musicais no ano 2000. Além disso, o Voice of the Theater é adotado nessa época dos anos 50 como padrão de exibição nas salas de cinema.
Outros destaques do período são o sistema Hartsfield, de 54, o Paragon Stereo, de 57, que continuou fabricado por mais de 30 anos, e o Olympus D50, speakers que ficaram famosos em estúdios de gravação e estações de TV.
Arnold Wolf.
O caso do Paragon é legal: o designer por trás dele é Arnold Wolf, que também foi o responsável pela logo da JBL e chegou a ser o CEO da companhia anos depois.
A nova dona
Em 1969, outra mudança de comando. Sidney Harman, que formaria a gigante do áudio Harman, compra a JBL e mantém a marca até hoje, aumentando a receita de forma absurda. Um dos motivos veio em 1970, quando a JBL lança a L100, o modelo de alto-falante mais vendido da história da empresa. Eles ficaram tão marcados na memória que foram relançados em 2018 numa versão retrô.
Nessa década, Europa e Japão também são conquistados pela empresa. Monitores de referência viram o sucesso: são equipamentos de som com uso mais profissional, mas que podem ser instalados em sistemas caseiros de quem busca a maior qualidade possível. Os modelos 4343 e 4344 são alguns dos destaques.
Tanto no pessoal quanto no profissional
Nos anos 80, a JBL continua aumentando o foco no consumidor, sem deixar de lado o mercado de estúdios, locais de shows e cinema. O top de linha dessa geração é o L250.
Em 82, ela se torna ainda a primeira a adotar titânio em diafragmas de alta frequência pra melhorar qualidade dos equipamentos. Um passo bem técnico que parece meio irrelevante, mas na verdade faz muita diferença.
Ela ainda começa a traçar de forma mais clara a linha entre produtos pro consumidor e profissionais. De um lado, a linha Northridge, batizada em homenagem à cidade onde fica a sede da JBL. Do outro, as famílias mais poderosas, como a série Everest, com destaque para o modelo DD55000, a K2, que tem como um dos modelos mais reconhecidos o S9500, e a Cabaret.
Ah, e nessa década ela ainda vira paceira de George Lucas pra ser uma das bases do sistema de áudio licenciado pela THX, que você deve conhecer pela vinheta nas salas.
Cada vez mais referência
Nos anos 90, ela foca ainda mais em avanços técnicos, com novos designs internos de alto-falantes com ímãs de neodímio e outras novidades. E é nessa década, em 1995, que surge a linha Eon System de alto-falantes portáteis.
Já na década de 2000 os destaques são a linha VRX900 de spekears profissionais em formato curvo, além do sistema de alto-falantes VerTec pra uso em eventos de grande porte. E não é qualquer coisa: eles foram usados nos primeiros em uma convenção nacional do Partido Democrata nos Estados Unidos e na premiação do Grammy.
E lembra daquele prêmio da Academia do Oscar lá do começo da história? Em 2002, a JBL volta a receber um prêmio de excelência técnica, dessa vez conceito, visual e engenharia dos alto-falantes pra cinema que estrearam no JBL 4675.
Em 2004, ela lança um dos primeiros docks do mundo pra iPod, ampliando a capacidade sonora do player que mudou o mundo.
Já em 2010, a novidade mais celebrada é o monitor de referência M2, enquanto em 2012 veio ao mundo a caixa de som Flip, que fez bombar esse novo segmento de mercado.
A JBL hoje
Nos anos mais recentes, foram muitas, mas muitas novidades, e não dá pra citar todas aqui, já que hoje a JBL permanece como uma das marcas mais valiosas e populares da Harman.
Atualmente, ela vende fones de ouvido, caixinhas portáteis com Bluetooth e os equipamentos profissionais, automotivos e caseiros.
Entre os produtos mais famosos, atualmente temos as séries Clip, Charge e Pulse de caixas de som, cada uma com uma peculiaridade e um público mais direcionado. A empresa até já lançou um módulo pra família Moto Z da Motorola, transformando o smartphone em um speaker.
E não acabou! Em 2016, teve mais uma novidade corporativa: a Samsung compra a Harman, o que significa que hoje a JBL é uma marca de uma subsidiária da sul-coreana, com fábricas em todo o mundo. O atual CEO é Dinesh Paliwal
E no Brasil?
Por aqui, a JBL ficou mais famosa a partir de 2010, quando comprou a fabricante nacional Selenium. O público nacional abraçou com gosto as caixas de som portáteis, de fácil conectividade e relativamente acessíveis. O setor de áudio automotivo também é forte por aqui e a Harman, que inclui a JBL, tem fábricas em manaus e Nova santa Rita, no Rio Grande do Sul.
Mais recentemente, a JBL tá lidando com um prbolema complicado de pirataria: tem muita caixinha de som com a logo deles sendo vendida por aí por um preço bem camarada, mas que é armadilha. Além de ser falso, é muito abaixo da qualidade original, então sempre fique de olho na hora de comprar.
…
É essa é a história da JBL, que hoje muita gente acha que é só a marca das caixinhas de som que a galera leva nas festas, mas tem muita história por trás. Se você quiser você quiser ver a história de uma empresa, produto ou serviço aqui no canal, é só deixar comentários lá no vídeo. Até a próxima!
Curte a JBL e quer levar um produto deles para casa? Então aproveite!
- JBL Boombox - http://bit.ly/2DF1gTU
- JBL Flip 4 - http://bit.ly/2J0tkVk
- JBL Charge 3 - http://bit.ly/2DGqt0h
- JBL Xtreme - http://bit.ly/2DDRAck
- JBL Xtreme 2 - http://bit.ly/2GKrbdz
- JBL Go 2 - http://bit.ly/2XZp1hf
- JBL Party Box 300 - http://bit.ly/2ZNxiq7
Fontes