Em 2017, a Google foi notificada pela Comissão Europeia, órgão regulador do mercado da União Europeia (UE), em US$ 2,7 bilhões, sob acusação de abusar de seu domínio de buscas para favorecer seu comparador de preços, o Google Shopping. No ano passado, a companhia foi multada novamente, dessa vez por US$ 4,9 bilhões, por práticas consideradas ilegais envolvendo os apps embutidos no Android.
A companhia até realizou mudanças e ontem (19) publicou um comunicado falando sobre mais alternativas ao usuário. Mas nenhuma fortuna paga anteriormente ou as alterações foram o suficiente para impedir que a UE voltasse a esbofetear a Google, agora por US$ 1,7 bilhão.
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Em coletiva de imprensa nesta manhã (20), a comissão antitruste Margrethe Vestager disse que a empresa se aproveitou de sua posição dominante ao forçar os clientes do Google AdSense a assinar contratos declarando que não aceitariam anúncios de motores de busca rivais. Said Vestager: "A má conduta durou mais de 10 anos e negou a outras empresas a possibilidade de competir no mérito e inovar".
AdSense vem se tornando menos relevante para a Google
O serviço de publicidade AdSense estreou em 2003 e permite aos clientes colocar uma caixa de pesquisas remunerada do Google em seus sites. Quando os visitantes a usam por ali, a companhia divide a comissão com os proprietários das páginas. Em 2006, ela passou a proibir em contrato a inclusão de motores de busca rivais na mesma página.
Multas da UE impostas à Google já somam US$ 9,3 bilhões
Em 2009, a empresa de Mountain View liberou a os mecanismos concorrentes, desde que o seu ainda continuasse em destaque. Já em 2016, quando a UE anunciou os questionamentos sobre essas medidas, a Gigante das Buscas removeu completamente esses termos. Analistas de mercado afirmam que, coincidência ou não, o AdSense tem cada vez menos impacto nas receitas da companhia e não há indícios de grandes investimentos ou planos para a ferramenta.
Em um comunicado à imprensa, o vice-presidente sênior de assuntos globais da Google, Kent Walker, disse: "sempre concordamos que mercados saudáveis ??e prósperos são do interesse de todos. Já fizemos uma ampla gama de alterações em nossos produtos para tratar das preocupações da Comissão. Nos próximos meses, faremos mais atualizações para dar mais visibilidade aos rivais na Europa. ”
Fonte: The Next Web
Até agora, a trilogia de multas da UE somam quase US$ 9,3 bilhões aos cofres da Google. Margrethe até elogiou as soluções apresentadas pela empresa, mas o cerco deve continuar. "Continuamos recebendo reclamações de pessoas que estão preocupadas sobre como esses mercados funcionam, por isso continuaremos fazendo nosso trabalho. Para mim, o mais importante aqui é permitir a escolha do usuário.”