A Google pagou quantias volumosas em ações para dois ex-executivos que deixaram a companhia acusados de assédio sexual, informa nesta terça-feira (120) o site The Verge. A informação inicial, dada pelo Bloomberg, era de que a empresa foi acusada de realizar tais pagamentos em uma ação judicial movida por um acionista, mas, posteriormente, a Google confirmou a acusação.
Em outubro do ano passado, o New York Times havia revealado a existência desses “bônus por má conduta” dado pela Gigante da Web a executivos.
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Segundo consta, a empresa ofereceu US$ 150 milhões em ações para Andy Rubin, o criador do Android, e US$ 45 milhões para Amit Singhal, mas, apesar de ter autorizado um pagamento de até US$ 135 milhões, pagou de fato “apenas” US$ 105 milhões aos dois — Rubin levou US$ 90 milhões e Singhal, US$ 15 milhões.
Manobra de gigantes
De acordo com o acusador, o pagamento foi realizado após pressão dos criadores da Google, Sergey Brin e Larry Page, e de Eric Schmidt, então presidente da companhia, que teriam "dominado" o grupo responsável por autorizar esse tipo de compensação.
Não bastasse a falta de ética implicada em realizar pagamentos milionários para executivos deixando a companhia acusados de assédio, a Google é acusada pelo acionista reclamante de violar a sua obrigação fiduciária, abuso de poder, desperdício corporativo e enriquecimento ilícito. Ele pede ainda uma indenização por danos sem valor especificado.
Andy Rubin foi acusado de forçar uma trabalhadora da Google a realizar sexo oral nele em um hotel, em 2013, enquanto Singhal foi acusado de apalpar uma funcionária nas instalações da empresa em 2016. Os dois negaram tais acusações.