Na última quinta-feira, a Google declarou que irá acabar com a prática que permite que os funcionários futuros e atuais passem por arbitragens forçadas para resolver problemas relacionados à empresa. A mudança começará a valer a partir do dia 21 de março, e a gigante de buscas também irá remover as arbitragens forçadas dos acordos empregatícios feitos com funcionários temporários.
Esta decisão surge depois que funcionários da empresa saíram de seus escritórios e foram às ruas em novembro para protestar contra a abordagem adotada pela empresa em relação a casos de abuso sexual. Uma das exigências era que as arbitragens forçadas em casos de assédio sexual e descriminação acabassem. Depois dos protestos, o Google, de fato, abandonou a prática em casos de acusações de assédio sexual.
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Imagem: Gizmodo/Reprodução
Mesmo assim, os organizadores da ação acreditam que a ação não foi o suficiente e, de acordo com um perfil do Twitter feito para os protestos, a vitória não teria sido alcançada se os funcionários não tivessem se unido, apoiado uns aos outros e ido às ruas. Entretanto, é importante lembrar que estas alterações não irão valer para funcionários temporários, fornecedores e empreiteiras - os quais representam aproximadamente metade da força de trabalho da gigante de buscas.
Estes funcionários possuem contratos empregatícios diferentes dos outros, que não os relacionam diretamente à Google. Assim, deixá-los de fora da mudança será uma ação que com certeza será criticada pelos grupos ativistas. Em janeiro, alguns funcionários da empresa lançaram uma campanha nas redes sociais para pressionar a Google e outras empresas de tecnologia a abandonarem a arbitragem forçada.
Imagem: Recode/Reprodução
Na quinta, este grupo de funcionários comentou a decisão da Google, apontando que eles não irão parar por aí, uma vez que o objetivo deles é que a arbitragem forçada não aconteça com mais nenhum funcionário. Com a ação, a gigante de buscas está seguindo o exemplo de outras grandes empresas de tecnologia - como a Intuit e a Adobe -, que não utilizam a arbitragem forçada para a maior parte dos casos no local de trabalho. Entretanto, diversas empresas seguem com a prática, a qual tem se tornado cada vez mais presente nos EUA.