Enquanto o governo dos EUA cria resistências e proibições para impedir a expansão de marcas chinesas de smartphones dentro de suas fronteiras, o pessoal na Europa tem sido muito mais receptivo. Segundo dados da consultoria de mercado Canalys publicados hoje (14), um terço de todos os celulares vendidos na Europa foram feitos por fabricantes chinesas. Isso considerando o quarto trimestre de 2018.
Mas quando dizemos de “marcas chinesas”, estamos falando principalmente da Huawei. Dos 32% de participação de mercado que todas as marcas chinesas tiveram na Europa nesse período, essa gigante foi responsável sozinha por 23,6%.
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A Huawei vendeu 13,3 milhões de smartphones no Velho Mundo nos três últimos meses de 2018, enquanto a Apple despejou 14,7 milhões de iPhones nas lojas. A líder em vendas, Samsung, conseguiu distribuir 16,2% no mesmo período.
HMD Global, a empresa que assumiu a marca Nokia em smartphones, também tem crescido na Europa (fonte: Canalys)
Isso quer dizer que a Maçã teve 26% de participação e a coreana 28,7%. Dessa maneira, os três primeiros lugares estão muito próximos e podem mudar bastante durante 2019. Comparando o último trimestre de 2017 com o mesmo período do ano passado, a Huawei cresceu 55,7%, enquanto a Apple encolheu 5,1%, e a Samsung caiu 1%.
Espera-se que a Apple perca a segunda posição na Europa para a Huawei já no fim do primeiro trimestre de 2019
Nesse ritmo, espera-se que a Apple perca a segunda posição na Europa para a Huawei já no fim do primeiro trimestre de 2019. Outra grande chinesa tem ido bem é a Xiaomi, que cresceu 62% em um ano, mas ainda tem apenas 6% de participação no mercado local.
“A situação política entre empresas chinesas e o governo dos EUA tem beneficiado consumidores europeus. A gestão norte-americana tem feito as chinesas investirem na Europa em vez de focar nos EUA”, diz a análise da Canalys.
A gestão norte-americana tem feito as chinesas investirem na Europa em vez de focar nos EUA
É importante destacar ainda que as marcas chinesas têm incomodado as lideres Samsung e Apple, mas principalmente as pequenas marcas locais, que não conseguem competir em preço. Apesar disso, a HMD Global, que vende celulares com a marca Nokia, tem crescido por lá.
“Empresas como Huawei e Xiaomi começaram a competir com preços de uma forma que surpreendeu suas rivais e usam a vantagem de serem grandes empresas para concorrer com marcas menores na Europa”, conclui.
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