A SpaceX, empresa espacial fundada por Elon Musk, anunciou que vai demitir 10 por cento de sua força de trabalho. A notícia foi veiculada pelo Los Angeles Times e depois foi confirmada por um porta voz da empresa. Com aproximadamente 6 mil funcionários, depois das demissões, espera-se que cerca de 600 pessoas fiquem desempregadas.
Em nota enviada ao The Verge, a SpaceX explicou que, para manter o fluxo de entregas para clientes, assim como do trabalho nos projetos que já estão em andamento, a empresa precisa realizar esse mega corte de custos, a fim de manter sua receita em dia. Essa declaração pode soar um tanto contraditória, já que, quanto mais uma empresa se envolve com novos projetos, mais força de trabalho será necessária para que os prazos sejam cumpridos. No entanto, no caso de companhias espaciais, ao passo em que os investimentos são extremamente altos, os prazos costumam se estender por anos (ou até décadas), sem contar que os clientes podem não ser imediatos.
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Outra explicação para a demissão pode ser o fato da SpaceX ter “abraçado” mais projetos do que o que realmente consegue dar conta, ou também pelo fato de querer acelerar a conclusão deles em tempo recorde. Atualmente, a empresa está trabalhando na criação de uma constelação de satélites que será uma rede de telecomunicações para fornecer, entre outros serviços, internet para todas as regiões do planeta, chamada de Starlink. Esse projeto já recebeu US$ 1 bilhão em investimentos somente da Google, em 2015.
Além disso, a companhia ainda está desenvolvendo sua nave Starship, que fará transporte de seres humanos para a Lua e Marte, e está testando a Crew Dragon, a espaçonave que levará astronautas para a Estação Espacial Internacional. Em paralelo, ela ainda mantém outros compromissos com empresas como a NASA e Iridium, entre outras.
Em maio de 2018, o presidente da SpaceX, Gwynne Shotwell, disse à CNBC que a companhia teve muitos anos de lucratividade, mas, recentemente, a Bloomberg sugeriu que ela não obteve lucro entre setembro de 2017 e setembro de 2018, citando um empréstimo tomado no ano passado, de US$ 250 milhões, como um dos indícios das dificuldades financeiras. De acordo com o Wall Street Journal, a empresa ainda tentou arrecadar dinheiro no mercado de títulos corporativos, antes de angariar US$ 500 milhões em novas ações.
Felizmente, os contratos para 2019 devem ajudar a manter a boa saúde financeira da SpaceX, que ainda pretende lançar 18 foguetes Falcon 9 e dois Falcon Heavy, além do contrato com o bilionário japonês Yusaku Maezawa.