Há uma queda global na venda e na produção de smartphones e até mesmo gigantes como a Apple a Samsung, que há algumas temporadas sorriam à toa com os altos números, agora se veem com cortes de produção e um setor com produção caindo vertiginosamente nesse início de ano. De acordo com o estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q3, realizado pela IDC Brasil, o terceiro trimestre de 2018 também foi de baixa por aqui — de 7% em relação ao mesmo período de 2017.
Receita total do mercado de celulares no Q3 2018 brasileiro foi de R$ 14,672 bilhões
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De julho a setembro, foram comercializados 11,49 milhões de aparelhos, sendo 10,8 milhões de smartphones e 617 mil de telefones de entrada. Foi o menor volume registrado em 2018: no primeiro trimestre foram 12,07 milhões de dispositivos e no segundo trimestre, 12,05 milhões, com quedas de 1,8% e 5,5%, respectivamente, em comparação com ano anterior.
Entretanto, segundo Renato Murari de Meireles, analista de Mobile Phones & Devices da IDC Brasil, essa queda não tem necessariamente a ver com a crise mundial que vive a indústria. De acordo com ele, o consumidor tende a comprar menos nesse período do que no início da temporada, quando acontecem promoções e liquidações de verão; ou no segundo trimestre, quando há uma data comemorativa de grande apelo comercial, como o dia das mães.
Os features phones, também chamados de celulares de entrada, fazem sucesso com o público mais velho. Fonte: Celepar
No terceiro trimestre de 2018, a receita total do mercado foi de R$ 14,672 bilhões, sendo R$ 14,583 bilhões gerados por smartphones e R$ 89,2 milhões vindos dos celulares básicos. “Em 2018, além dessa questão histórica, as vendas do terceiro trimestre foram impactadas pela instabilidade de dólar, proximidade das eleições e incertezas políticas.”
Preferência nacional continua sendo pelos intermediários
Quem fez compras entre julho e setembro preferiu smartphones intermediários, que custam entre R$ 1.100 e R$ 1.999. Essa categoria cresceu 56% no terceiro trimestre de 2018. O ticket médio desses dispositivos aumentou para R$ 1.340 — 19,9% a mais que o terceiro trimestre de 2017. No caso dos aparelhos de entrada, o ticket médio aumentou 29,5% e eles passaram a custar cerca de R$ 145.
“O consumidor está investindo em aparelhos de tela com borda infinita, mais memória e câmera mais potente, modelos que também têm sido impulsionados pela indústria, com vários lançamentos”, revela Meireles.
Para o quarto e último trimestre de 2018, a estimativa é de baixa de 10,5% nas vendas de smartphones, com 11,26 milhões de dispositivos; e 6,9% a menos na comercialização de feature phones, com 731,7 mil unidades. “Apesar da queda na comparação com o mesmo período de 2017, esperamos crescimento em relação ao terceiro trimestre de 2018, com alta de 3,6% para smartphones e 18,6% para feature phones, como consequência da Black Friday e do Natal.”
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