Uma competição comercial e tecnológica já vem sendo travada entre a China e os Estados Unidos há algum tempo e nos últimos anos o que era um conflito discreto tem se tornado uma verdadeira guerra. E as batalhas agora prometem ser aos olhos do público, com os ianques liderando ofensivas para deter os avanços da Huawei, que promete ações agressivas para dominar o mercado de smartphones e modems.
Huawei é a 2ª maior fabricantes de smartphones e é líder em infra para telecom
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Chefes de agências de inteligência e espionagem dos Estados Unidos e da Austrália, do Canadá, da Nova Zelândia e do Reino Unido devem se reunir em julho para conversar sobre o assunto, em solo canadense. As informações foram obtidas junto a fontes internas e aos próprios veículos locais, que revelaram detalhes ao The Wall Street Journal.
Essa rede, chamada de “Cinco Olhos” (“Five Eyes”), teme que a onipresença de gadgets da Huawei possa se tornar uma ameaça aos governos, especialmente com a chegada do 5G. Com o crescimento da ciberespionagem na China, assim como o de seu efetivo militar, o controle global sobre milhões de dispositivos conectados em massa é atualmente algo tão (ou mais) poderoso quanto qualquer exército tradicional.
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Os “Cinco Olhos” devem discutir até que ponto vão adotar a Huawei como fornecedora dos equipamentos com 5G e até mesmo se vão substituir ou diminuir a comercialização e uso dos aparelhos da chinesa — que já foi acusada de explorar brechas para obter dados e também de cooperar com países que sofrem algum tipo de sanção, a exemplo do Irã.
Além disso, eles vão avaliar as condições de segurança das novas redes, assim como as salvaguardas que existem ou devem existir para impedir que uma companhia como a Huawei, por exemplo possa manipular uma quantidade massiva de dispositivos remotamente.
Huawei diz que seus aparelhos são como os de outros fabricantes
Outros países, como a Alemanha, estão revisando suas cadeias de fornecedores e conversando com operadoras de telefonia, em busca de evidências de que a Huawei possa estar realmente se beneficiando da popularidade de seus aparelhos para praticar ciberespionagem e outras ações na surdina.
A Huawei reforça ser uma propriedade privada e não tem obrigações com Pequim ou qualquer administração pública. A fabricante afirma que seu equipamento não representa mais ameaça do que qualquer outro fornecedor e possui confiança da indústria junto aos parceiros comuns às principais operações chinesas.
A companhia se recusou a comentar o artigo do The Wall Street Journal e o governo chinês disse que "se opõe fortemente" às acusações de que a Huawei representa ameaças à segurança nacional. Nesta temporada, a empresa ultrapassou a Apple e figura como a segunda maior fabricantes do mundo e é líder em no setor de infraestrutura de telecomunicações.