De acordo com dados do IDC, a Asus não está estagnada no mercado brasileiro, sem crescimento em 2018. O “IDC Quarterly Mobile Phone Tracker 2018 Q3” indica que a marca cresceu 35% durante os três primeiros trimestres do ano, sendo 11% somente no período de julho a setembro de 2018 na comparação com o mesmo recorte no ano passado.
A Asus divulgou esses dados porque, na última segunda-feira (03), a StatCounter divulgou sua própria análise de dados de mercado e indicava que a marca taiwanesa praticamente não crescia desde dezembro de 2017 no mercado brasileiro. Pior do que isso, a empresa havia sido ultrapassada pela Xiaomi, uma marca que sequer tem revendas oficiais no Brasil.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Dados mostrando a Xiaomi com mais usuários ativos no Brasil do que a Asus (fonte: StatCounter)
IDC e StatCounter analisam o mercado de smartphones de formas completamente diferentes
Mas a questão é que IDC e StatCounter analisam o mercado de smartphones de formas completamente diferentes. Enquanto o IDC contabiliza a quantidade de smartphones que foram enviados das fabricantes para o mercado revendedor, a StatCounter rastreia os dados que esses aparelhos deixam na internet.
Em outras palavras, a StatCounter tenta aproximar a quantidade de smartphones ativos e conectados à internet, enquanto a IDC tenta descobrir quantos aparelhos foram vendidos. No quesito "vendas", a Asus estaria indo bem, sendo a quarta marca mais importante do mercado nacional de smartphones Android.
Os dados do IDC revelados pela Asus não fala quais são as empresas nas três posições iniciais, mas podemos assumir que se trate de Samsung, Motorola e LG. No total, a Asus seria responsável por 4% de todos os aparelhos vendidos no país no terceiro trimestre de 2018.
Trajetória das cinco principais marcas presentes oficialmente no mercado brasileiro de acordo com a StatCounter (fonte: StatCounter)
No quesito “smartphones em atividade”, entretanto, a companhia parece não estar evoluindo de acordo com o que diz a StatCounter. A consultoria avalia os registros de navegação de mais de 2 milhões de sites no mundo todo para contabilizar seus números. Com isso, ela descobre quantos aparelhos únicos de cada marca estão navegando pela web.
Vale lembrar também que a IDC não consegue rastrear a quantidade de smartphones da Xiaomi ou de qualquer outra marca que não esteja presente oficialmente no Brasil. Assim, dados de importação direta pelo consumidor (principal forma de aquisição de produtos Xiaomi no Brasil) não aparecem no seu “radar”.
Em outras palavras, tanto os dados da IDC quanto os da StatCounter são críveis, uma vez que não avaliam a mesma coisa, sendo, portanto, resultados não conflitantes. O IDC, contudo, tem mais credibilidade por estar nesse mercado há 54 anos.
Fontes