Meses após o Kotaku publicar um longo relato sobre a cultura interna da Riot Games, a desenvolvedora de League of Legends está sendo processada por suas práticas que discriminam gêneros. Um funcionário que ainda trabalha na companhia e um ex-empregado afirmam que a companhia permitiu o estabelecimento de um ambiente que coloca “os homens primeiro” e que encoraja a propagação dessa cultura.
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O processo cita comportamentos que vão desde exigir que mulheres assumam papéis acima de seus títulos sem a compensação financeira adequada até correntes de email com as “funcionárias mais quentes da Riot”. A ação também afirma que as funcionárias têm que tolerar piadas que incluem temas como “sexo, defecação, masturbação, estupro e tortura”.
Também há alegações que a Riot Games prioriza “jogadores hardcore” na hora de fazer novas contratações, postura que exclui candidatos do gênero feminino. “Como essa prática de trabalho favorece homens desproporcionalmente, muitas mulheres qualificadas não foram contratadas porque não foram consideradas ‘gamers hardcore’”. Segundo os funcionários que abriram o processo, mulheres que protestaram contra a prática foram consideradas “agressivas”, “muito ambiciosas” e “chatas”.
Atitudes discriminatórias
O processo também afirma que a Riot Games manteve em posição de liderança um funcionário (que já não faz mais parte da empresa) conhecido por comentários sexuais e por ter drogado e estuprado uma desenvolvedora. Jessica Negron, uma das responsáveis pela ação, também afirma que em 2015 teve que assumir as funções de seu gerente durante um ano sem nenhum aumento de salário ou promoção.
Ela afirma que, enquanto a companhia havia dito que ela estava sendo “preparada” para a vaga, a posição acabou sendo dada a um homem. A vaga só foi oferecida a ela em 2017 quando o funcionário deixou o cargo, mas o convite veio acompanhado com a informação de que seu salário e cargo não iriam mudar — algo que não aconteceu com o outro funcionário.
"a Riot Games manteve em posição de liderança um funcionário conhecido por comentários sexuais e por ter drogado e estuprado uma desenvolvedora"
Já Melanie McCracken relatou que seu supervisor se recusava a promover mulheres e que tomou passos para evitar que ela subisse em outras áreas da empresa. Ela fez uma reclamação ao RH que, embora devesse ser anônima, foi compartilhada com o supervisor que a confrontou e manteve a situação, mesmo após ela ter sido transferida para outra área.
O processo exige o pagamento de salários, bônus, custos legais e de danos civis e legais previstos em lei. Além disso, ele exige que a Riot Games respeite as leis trabalhistas da Califórnia que proíbem que mulheres recebam menos ao desempenhar as mesmas funções que homens e que a ação legal seja classificada como um processo de classe.
A resposta da Riot
Em um comunicado enviado à PC Gamer, a desenvolvedora afirma que não vai discutir o processo abertamente, mas que leva a sério acusações do tipo e está conduzindo uma investigação detalhada. “Continuamos comprometidos com uma evolução profunda e compreensiva de nossa cultura para garantir que a Riot é um lugar em que todos os Rioters prosperam”.
Riot Games está sendo processada por discriminação de gênero via Voxel
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