Elon Musk, CEO da Tesla que agora está afastado da presidência do conselho, havia prometido no começo do ano que a companhia seria “rentável novamente entre julho e setembro” deste ano. E não é que ele estava certo? Com a divulgação do relatório da receita do terceiro trimestre, a empresa ameniza a pressão por melhores resultados e os casos polêmicos recentes — que culminaram um acordo e multa de US$ 20 milhões junto à Comissão de Títulos e Câmbios dos Estados Unidos (SEC, em inglês).
Os números mostram lucro líquido de US$ 312 milhões no Q3 2018, quebrando assim uma série de sete meses consecutivos de perdas. Esse é o maior ganho da história da Tesla, que somente em outras duas ocasiões apresentou cifras positivas, a última em 2016.
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O grande responsável por essa alta foi o veículo elétrico Model 3, que finalmente conseguiu entregar a meta de 5 mil unidades por semana — aliás, o mau desempenho nas finanças acontecia justamente porque o carro não atingia a taxa de produção prometida.
O Model 3. Fonte: Tesla
A Tesla registra também outra grande vitória: pela primeira vez ela tem um fluxo de caixa livre de US$ 881 milhões — bem diferente do US$ 1,41 milhão negativo visto no mesmo período do ano passado. Com isso, as ações voltaram a subir, superando a previsão, com alta de 12%. O Q3 fechou com faturamento total de US$ 6,8 bilhões — o recorde da companhia até agora — e um total de 83.775 (dos quais 56.065 são Model 3), o dobro do que no Q3 2017.
Produção na Europa e na China podem diminuir as dívidas
Embora a Tesla já veja horizontes melhores à sua frente, ela ainda acumula uma dívida no valor de US$ 10 bilhões. Como o Model 3 foi o grande responsável e por enquanto só vem sendo entregue nos Estados Unidos e no Canadá, a expectativa é que o cenário realmente se torne mais lucrativo a partir do início da produção na Europa e no Canadá, em 2019.
Com a promessa de início da montagem do Model Y, em 2020, a expectativa é de melhor saúde financeira nos próximos anos.
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