Na quinta-feira (18), uma reportagem da Folha de S. Paulo denunciou que diversas empresas estavam comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o Partido dos Trabalhadores (PT) pelo WhatsApp. Após a publicação da matéria, o aplicativo de mensagens chegou a notificar as agências de marketing envolvidas e baniu “centenas de milhares de contas” que eram utilizadas para espalhar spam ou desinformação.
Enquanto o caso é investigado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e um inquérito foi aberto pela Polícia Federal para apurar a disseminação de notícias falsas no aplicativo, o UOL Tecnologia procurou as agências que vendem esses pacotes de mensagens para revelar como o esquema funciona. Foram citadas pela Folha as empresas Yacows, Croc Services, Quickmobile e SMS Market.
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No caso da Yacows, os pacotes de mensagens podem ser comprados pelo serviço Bulk Services. Em seu site oficial, ele é vendido como uma ferramenta que “possibilita o relacionamento de forma rápida e direta através do envio de mensagens por WhatsApp”. Um dos diferenciais promovidos pelo Bulk é de ser o único que cobra apenas por mensagem enviada.
Tabela com os pacotes de mensagens oferecidos pela plataforma Bulk Services.
Os valores podem variar bastante dependendo do pacote de mensagens escolhido. O mais básico deles sai por 5 mil créditos, enquanto o que recebe destaque como sendo o “mais vendido” da plataforma custa 50 mil créditos. Como informa o UOL Tecnologia, o cliente usa um crédito por mensagem com até 1 mil caracteres ou dois créditos para incluir arquivos de mídia. Cada crédito custa R$ 0,12 e o pagamento é feito por boleto ou transferência bancária.
Esse valor diz respeito as mensagens enviadas para uma base de dados de números fornecida pelo próprio cliente, que seria um candidato ou partido. Quando a base é fornecida pela agência, cada mensagem pode sair por entre R$ 0,30 a R$ 0,40, como apurou a Folha. Mas a legislação eleitoral proíbe que candidatos comprem bases de terceiros, permitindo apenas o uso de contatos próprios.
Questionado sobre a possibilidade de sua agência ter sido usada por empresários apoiadores da campanha de Jair Bolsonaro para enviar mensagens contra o PT, o diretor da Yacows disse não ter sido procurado por gente ligada ao candidato. No entanto, ele afirmou não ter controle sobre o tipo de conteúdo que as pessoas cadastradas enviam usando a plataforma.
No caso da Croc Services, o sócio Pedro Freitas disse que todas as mensagens são verificadas por sua equipe. No entanto, ele acredita que o conteúdo enviado durante campanhas eleitorais “sempre vai chamar para assuntos sensacionalistas”. “O usuário não tem checado a fonte. Só lê a manchete e passa adiante porque achou interessante”, afirmou Jorge.
Mais detalhes sobre o caso podem ser conferidos na matéria completa, publicada no UOL Tecnologia.
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