A guerra comercial que envolve a China e os Estados Unidos ganhou um novo capítulo ontem, após o esperado anúncio de Donald Trump de tarifas de 10% sobre um volume de US$ 200 bilhões em produtos chineses. Essa cobrança começa no dia 24 de setembro e deve aumentar para 25% até o final do ano.
A Apple, que acaba de lançar novos produtos e até mesmo adaptou sua linha para aumentar a competitividade no mercado chinês, agora se vê em uma situação delicada para sua política de preços. A companhia pode respirar aliviada, pois o presidente estadunidense assegurou que as medidas não devem incidir nos novos iPhones Xr, Xs e Xs Max e nem no Apple Watch Series 4 na China… mas apenas por enquanto.
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A indústria de tecnologia vem se opondo às taxas, argumentando que isso pode prejudicar o setor e a economia norte-americana. A Apple é uma das gigantes mais preocupadas com essa situação, pois a China é um mercado muito importante para dispositivos móveis e o próprio CEO Tim Cook havia conversado pessoalmente com Trump para falar a respeito disso, em junho. Após esse diálogo, Trump havia assegurado a Cook que os iPhones não estariam sujeitos às novas tarifas.
Apple Watch é um dos poucos produtos que não serão taxados, pelo menos por enquanto
De acordo com a Reuters, “produtos sem fio” como Apple Watches, AirPods e HomePods ainda ficam de fora da lista de produtos afetados — no total, cerca de 300 objetos por enquanto ficam livres dessa cobrança. As empresas que mais vão sentir essa diferença são as de tecnologias em nuvem, equipamentos de rede e máquinas usadas para montar semicondutores.
Apple vai sentir quando a China responder às novas tarifas
Essa é mais uma das medidas que os Estados Unidos vêm aplicando contra os produtos chineses e de outras economias. Depois da tarifa imposta por Trump em junho, Pequim adotou também taxas de 25% sobre os itens norte-americanos, o que resultou em US$ 16 bilhões em agosto. Até agora, essa guerra comercial já alcançou US$ 100 bilhões em produtos.
A China adiantou que vai retaliar “dólar por dólar” e, portanto, é de se esperar que o país também aumente os encargos após a incidência dos novos 25% esperados até o final do ano. Ou seja, espera-se que haja uma resposta à altura até janeiro.
Caso isso aconteça, Trump disse que pode estender a cobrança para todos os itens importados à China, incluindo os próprios iPhones. E a resposta pode ser o bloqueio de todos os componentes fabricados na China que são enviados aos Estados Unidos — o que pode ter consequências graves na própria cadeia de fornecimento para produção dos aparelhos da Apple.