Uma das principais vantagens no uso do Uber, 99, Cabify e outros serviços de caronas pagas, segundo as próprias empresas que fornecem esse tipo de serviço, é a diminuição do trânsito em uma cidade, visto que os usuários poderiam até deixar de ser donos de um veículo para usar apenas os carros das plataformas.
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Apesar do ótimo apela e da boa intenção, não é bem isso que acontece segundo um estudo realizado pela Schaller Consulting e publicado pelo jornal The Washington Post. De acordo com a pesquisa, o boom dos aplicativos de caronas pagas colocou muitos carros simultaneamente nas ruas, o que aumentou o problema do trânsito nos Estados Unidos.
Do ônibus para o Uber
Isso acontece porque, na grande maioria dos casos, os carros são utilizados por apenas um passageiro mesmo com opções como o Uber Pool, que compartilha sua viagem com mais pessoas. Pior ainda: esses serviços de carona acabam tirando passageiros do transporte público ou levam pessoas que anteriormente optariam por usar uma bicicleta ou mesmo ir andando.
As caronas pagas aumentam o tráfego porque a maioria dos usuários vem de opções que são carros
Resumindo: empresas como o Uber, a 99 e o Cabify estariam substituindo não os veículos particulares, mas os meios de transporte mais sustentáveis. No fim das contas, o estudo conclui – após analisar nove áreas urbanas durante um período de seis anos – que os serviços de caronas pagas geraram um extra de mais de 9 bilhões de quilômetros rodados por carros, justamente o oposto do que é dito.
“As caronas pagas aumentam o tráfego porque a maioria dos usuários vem de opções que são carros", diz o relatório. “Além disso, há mais quilometragem entre as viagens, enquanto os motoristas aguardam o próximo cliente e, em seguida, dirigem para o local de encontro. Finalmente, mesmo em uma viagem paga, parte da corrida envolve apenas um passageiro (por exemplo, entre a primeira e a segunda coleta)”.
As empresas afetadas pelo resultado da pesquisa obviamente discordam dos resultados, mas ainda não apresentaram dados concretos que provam o contrário do que foi dito.
Fontes