A aventura da Kodak no mundo das criptomoedas mal começou e já teve a sua primeira baixa. A tradicional empresa do ramo fotográfico cancelou oficialmente o projeto KashMiner, que ofereceria serviços de mineração Bitcoin a pessoas físicas. A novidade, que foi amplamente divulgada desde a participação da Kodak na CES 2018, prometia gerar cerca de US$ 375 por mês para usuários que topassem assumir um contrato bianual com uma taxa de adesão de US$ 3,4 mil.
Planilha de prospecção do KashMiner circulou pela CES 2018. Foto: Reprodução/Business Insider
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De acordo com informações do portal The Next Web, a companhia teve problemas para obter as licenças do KashMiner e parece ter desistido, de maneira bastante silenciosa, de tocar o projeto adiante. Quem estava à frente do licenciamento do produto era a Spotlite, que já havia sido parceira da Kodak na fabricação de luzes de LED. Halston Mikail, CEO da Spotlite, chegou a confirmar a instalação de 80 KashMiners na sede da Kodak, mas foi desmentido por um porta-voz da empresa.
História sem pé nem cabeça
A ideia de um minerador Bitcoin da Kodak nunca fez muito sentido, mas parecia ser parte dos esforços da marca, que anda sem rumo, para encontrar uma nova maneira de fazer dinheiro. O que mais chama a atenção nessa história, porém, é a postura da Kodak diante de outra confusão: além do KashMiner, a empresa aproveitou a ocasião da CES 2018 para lançar a KodakCoin, sua própria criptomoeda. Só faltou um detalhe: esclarecer que KashMiner e KodakCoin não têm qualquer relação entre si. A interpretação de que eles seriam produtos complementares, levada adiante pela imprensa, acabou rendendo uma valorização de 120% às ações da Kodak, mas a empresa seguiu calada.
O fim do KashMiner não causa espanto. A questão, agora, é aguardar para saber qual será o futuro da KodakCoin – criptomoeda idealizada para pagar fotógrafos por meio de uma plataforma digital da Kodak capaz de identificar o uso indevido de imagens e alertar seus autores, que poderiam exigir ressarcimento online. O projeto também enfrenta dificuldades e depende de uma série de questões de licenciamento que, ao que tudo indica, estão paradas desde maio.
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