A Embraer apresentou hoje (09) durante a feira Uber Elevate, em Los Angeles, o primeiro conceito que segue as especificações de “táxi voador” solicitadas pela Uber para a construção de uma futura frota de aeronaves para transporte urbano. A empresa brasileira entra então em uma parceria com a norte-americana para, em 2020, começar a testar protótipos desse equipamento.
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Esse conceito foi desenvolvido pela EmbraerX, uma divisão da empresa dedicada a inovação, a qual deve ser responsável pela criação do veículo voador de fato. Quando pronto, os eVTOL (electrical Vertical Take-off and Landing) da Embraer e de outras empresas que entrarem na parceira com a Uber devem alcançar velocidades máximas de entre 240 e 320 km/h com autonomia de, no mínimo, 96 km de distância em voo.
Tudo que fazemos nessa aeronave menor servirá para projetos maiores do futuro
Com criação de um projeto como esse, a EmbraerX espera desenvolver tecnologia que poderá, eventualmente, ser utilizada em suas aeronaves maiores. “Tudo que fazemos nessa aeronave menor servirá para projetos maiores do futuro”, disse Antonio Campello, chefe da EmbraerX, ao Globo. Ele ainda acredita que existe uma demanda suprimida para um serviço de táxi voador mais barato.
Helicópteros são muito barulhentos e pouco eficientes energeticamente falando. Por isso, esse tipo de aeronave não deve ser usado no serviço que a Uber planeja para começar a funcionar em 2023. Os eVTOL seriam silenciosos, totalmente elétricos e capazes de decolar e pousar verticalmente, ao passo que também seriam capazes de voar a 600 m de altitude com propulsão traseira e asas de fato. Em outras palavras, essas aeronaves seriam uma espécie híbrida de drone e jatinho.
Essas aeronaves seriam uma espécie híbrida de drone e jatinho
Fora isso, a operação desses equipamentos deve ser barata. Um eVTOL seria capaz de levar quatro passageiros e um piloto de Campinas ao centro de São Paulo em 18 minutos (contra duas horas de carro), e o preço da corrida seria metade do que a empresa cobra hoje no Uber Black.
A Uber tem várias dificuldades para enfrentar caso queira realmente colocar esses aparelhos para voar comercialmente em cidades ao redor do mundo a fim de evitar congestionamentos. Agências reguladoras do Brasil, EUA e Europa levam muitos anos para certificar novas aeronaves para uso comercial, mas a Uber tem feito parcerias que podem ajudar a facilitar esse processo. A companhia já inclusive assinou um acordo com a NASA.
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