Dois anos depois de adquirir a startup Withings e criar sua divisão de saúde digital, a Nokia anunciou que vai vender o negócio e que o comprador pode ser ninguém menos do que Éric Carreel, cofundador da Withings. Com a transação, que está sendo negociada exclusivamente com Careel, smartwatches, rastreadores de sono, medidores de pressão arterial e balanças conectadas, entre outros, deixarão de ser comercializados pela Nokia.
Por meio de um comunicado, a marca finlandesa explicou que a venda vem para ajudá-la a cumprir o objetivo de se tornar uma companhia “business to business e de licenciamento”. Isso significa que ela pretende se dedicar exclusivamente à venda de seu hardware de telecomunicações diretamente para empresas e ao licenciamento dos produtos que tem patenteados.
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Ainda assim, sabe-se que, desde sua instituição, a divisão de saúde digital vinha apresentando resultados insatisfatórios. Em 2016, a Nokia adquiriu a Withings por 170 milhões de euros, o que equivale hoje a aproximadamente R$ 718 milhões. A expectativa era de que a área de saúde digital criaria oportunidades de crescimento para a empresa.
Contudo, em outubro passado, o negócio sofreu uma desvalorização e passou a valer 141 milhões de euros (R$ 595 mi), o que levou a empresa a pedir uma revisão estratégica da divisão em fevereiro de 2018. À época, o portal The Verge teve acesso a um memorando interno que dizia que os executivos da empresa não acreditavam que o braço de saúde digital poderia se tornar “parte significativa” da Nokia.
Os resultados do primeiro trimestre de 2018 da companhia vieram apenas para confirmar a decepção com o negócio: a divisão de saúde digital teve um lucro de 16 milhões de euros (R$ 67,6 mi), enquanto o restante da empresa lucrou 4,99 bilhões de euros (R$ 20,7 bi).
A expectativa da Nokia é de que a venda desse braço da empresa seja finalizada até o fim do primeiro semestre de 2018.